As perspectivas de produção de tabaco no Rio Grande do Sul estão em 265.610 toneladas para a safra 2021/2022. O levantamento, feito pela Associação de Fumicultores do Brasil (Afubra), foi apresentado durante reunião da Câmara Setorial do Tabaco, realizada virtualmente nesta terça-feira (30) pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr).
O volume representa uma redução de 6,3% com relação à safra passada. Também houve redução no número de famílias produtoras no Estado, indo de 70.997 para 67.644, e na área plantada, que baixou de 123.138 para 114.058 hectares. A produtividade deverá ser 1,2% superior à safra 2020/2021, com projeção de 2.329 quilos por hectare.
De acordo com o presidente da Afubra, Benício Werner, a redução era esperada e evidencia que os produtores estão investindo cada vez mais na diversificação de suas propriedades. “Há várias safras a Afubra e as entidades representativas dos fumicultores alertam para a necessidade de adequar a nossa oferta do produto à demanda do mercado”, pontuou. A associação deverá revisar os números da safra no final de janeiro ou início de fevereiro de 2022.
Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná são os maiores produtores de tabaco do Brasil. Juntos, os estados da Região Sul são responsáveis por 98% da produção nacional de fumo.
Pesquisa sobre responsabilidade empresarial do setor
Professores do Mestrado Profissional em Administração da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) apresentaram resultados de pesquisa que conduziram sobre a percepção que o público em geral tem sobre a responsabilidade empresarial no setor do tabaco. “Avaliamos os três pilares: econômico, social e ambiental”, enumerou o professor Pietro Dolci.
O questionário de avaliação foi respondido por 390 pessoas, a maioria sem ligação com o meio rural. No pilar econômico, a percepção do público foi de que a indústria do tabaco é uma alternativa importante de geração de renda para pequenas propriedades rurais, mas que falta preocupação com a renda do produtor local. No campo social, o público avaliou que produzir tabaco possibilita melhores condições de vida para as famílias e pode garantir a sucessão rural, mas que é preciso haver reconhecimento do agricultor frente à sociedade. No último aspecto, o ambiental, os respondentes consideraram que o setor tem preocupação com a preservação do meio ambiente e dos recursos naturais, mas não percebem a fumicultura como uma atividade rural de baixo impacto.
"Estas são informações valiosas para a cadeia produtiva, para que possamos identificar as deficiências de divulgação e informação sobre o setor", ponderou o coordenador da Câmara Setorial, Romeu Schneider.
Na próxima reunião da Câmara Setorial, prevista para maio de 2022, os participantes solicitaram que um técnico do Departamento de Defesa Vegetal da SEAPDR possa sanar dúvidas do setor fumageiro a respeito do Decreto nº 10.833, publicado em outubro pelo Ministério da Agricultura, que estipulou a obrigatoriedade de registro de aplicadores de agrotóxicos junto aos órgãos estaduais de agricultura a partir de 31 de dezembro de 2026.
Participaram da reunião representantes das seguintes entidades: Afubra, Associação dos Municípios Produtores de Tabaco (Amprotabaco), Emater/RS-Ascar, Farsul, Federação Nacional dos Trabalhadores das Indústrias do Fumo e Afins (Fentifumo), Fetag-RS, IBGE, Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Sinditabaco, Unisc e os prefeitos de Rio Pardo, Edivilson Brum, e Venâncio Aires, Jarbas da Rosa.