A feira da agricultura familiar na Expointer 2021 pode não ter o formato drive-trhu que foi apresentado ao público no evento do ano passado. Isso porque, com a confirmação da presença de um público externo de até 15 mil pessoas por dia, o modelo de compras direto dos carros talvez não seja o mais atrativo, nem para o consumidor e nem para o expositor.
Em 2020, as exposições da agricultura familiar funcionaram apenas assim: em uma fila de carros, os consumidores dirigiam por um pavilhão adaptado ao transito de veículo e passavam pelas barquinhas para realizar suas compras.
Formato que foi inédito na última feira pode já ter ficado no passado. Com a presença de público presencialmente na feira deste ano, a Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS) estuda se este é o melhor modelo para o evento que acontecerá entre os dias 4 e 12 de setembro.
“O modelo antigo traz muito mais resultado. As pessoas veem mais produtos, é possível circular mais gente, infinitamente mais do que num drive-thru. Além de que, se colocar dois modelos, vamos ter que designar feirantes para o drive thru e outros para o presencial, e aí vai criar uma diferença”, explicou o presidente da Fetag, Carlos Joel.
Joel participou de uma reunião na última quinta-feira (8) com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), que definiu o número de 180 expositores no pavilhão da agricultura familiar – o número pode variar para mais ou para menos, a depender do número de inscritos. Só pela Fetag, até quinta, eram 120, sem contar inscritos via outras entidades como Emater e Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar da Região Sul (Fetraf), que também participaram da reunião, além da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr)
Os 180 estandes constituem um número que ainda ficará abaixo dos 316 espaços ocupados pelos expositores em 2019, na última Expointer com público externo. Poré, é um número mais de três vezes maior que os 52 estandes que estiveram presentes, durante a chamada “Expointer Digital”, em formato drive-trhu, no ano passado.
Durante a reunião, esse formato não foi objeto de discussão: “esse número de 180 expositores é dentro do pavilhão, não é no modelo híbrido. É a ideia de agroindústrias que ficariam dentro do pavilhão. A secretaria (SES) não trouxe o assunto do drive-thru para a comissão ontem. Se eles trouxerem para a comissão das entidades, aí vamos discutir e vai deliberar se terá essa possibilidade”.
Outro fator citado por ele é que, em uma feira montada para receber automóveis, o espaço destinado a abrigar expositores também diminui – e essa vai ser uma questão importante para a definição de modelo.
A proposta da Saúde levou em conta a área de 7 mil metros quadrados do pavilhão e todos os protocolos necessários para tornar o ambiente seguro tanto para os expositores quanto para os consumidores, dentro de um cenário de pandemia. No local, haverá pontos de higienização, espaçamento entre as bancas e monitores orientando e fazendo educação sanitária junto os visitantes.
“Vamos tomar todos os cuidados para que a feira da agricultura familiar aconteça, com o apoio de todas as entidades envolvidas. Sabemos que os pequenos produtores precisam deste momento de aproximação com o público para retomar suas atividades, a comercialização dos seus produtos”, destaca a titular da Agricultura, Silvana Covatti.