Nos anos 1970, todo o Rio Grande do Sul se mobilizou no sentido de viabilizar o Polo Petroquímico de Triunfo. O então governador do Estado, Sinval Guazzelli; o presidente do MDB à época, deputado Pedro Simon; a Assembleia Legislativa de forma unânime; a Fiergs; a Farsul; a Federasul; empresários e técnicos, todos transformaram o pedido ao então presidente Ernesto Geisel pelas plantas petroquímicas em uma única voz.
Hoje, 36 anos após essa odisseia, o complexo industrial representando 93% da riqueza gerada no município de Triunfo e 3,5% da gaúcha, o Polo, na verdade, não existiu para o Extremo-Sul, perdeu a identidade com o Rio Grande. Isso porque os investimentos são extraestaduais. A começar pela Central de Matérias-Primas, produtora de eteno e outros derivados da nafta, inicialmente nas mãos da Petrobras, posteriormente associada com o Grupo Ipiranga, e, depois, entregue à Braskem, o maior investidor privado do segmento petroquímico brasileiro, nascido da vertente baiana que originou a Norquisa, presidida desde sua origem pelo ex-presidente Geisel, que deixara o Planalto diretamente para essa empresa.
O Rio Grande do Sul sempre teve dificuldade em investimentos para este setor básico da economia, pois a indústria tradicionalmente ligada à agropecuária perdeu fôlego na retomada do desenvolvimento dos anos 1980 e passou por longo processo de "desgauchização", com transferências de plantas industriais para outros estados e até pelo simples desaparecimento de inúmeras empresas de vanguarda no Estado.
O triste quadro, neste contexto, é que nos leva a afirmar que o Polo Petroquímico simplesmente não existiu para as pretensões desenvolvimentistas do Rio Grande do Sul.
Empresário