Eu sou do tempo que, quando eu ia com meus pais na casa de meus avós, ao chegar lá, tínhamos que pedir benção e beijar a mão de avós e tios. Nas reuniões dos adultos, as crianças não participavam da conversa e, quando estavam presentes, não podiam se manifestar. Neste tempo, eram muito fortes os conselhos e os exemplos de pais e avós, e prevaleciam a autoridade, educação e o respeito pelos mais velhos. A vida girava em torno da família.
Os mais velhos eram a referência da família. A partir das orientações e decisões deles, se definia como a família deveria se portar e agir na sociedade, como a qual agremiação participar, qual partido político seguir; também eram definidas posições religiosas, culturais, sociais, laborais e tudo que poderia dizer respeito à vida de cada membro da família, fosse no âmbito familiar ou social. Nos dias de hoje, as famílias formam vários núcleos dentro de uma grande família de avós, pais, filhos, netos e bisnetos.
Cada núcleo, com suas peculiaridades e identidades próprias. No meu núcleo familiar, me reúno com minha esposa e filha para tomarmos chimarrão e trocarmos ideias sobre a casa, a família, o fim de semana e nossas atividades do dia a dia. Depois, cada um vai para os seus afazeres laborais e funcionais, que ocupam parte ou todo o dia.
Na família moderna, cada membro tem sua vida própria, seus interesses, sua agremiação, sua religião, seu partido político. Podemos fazer nossas escolhas de forma independente, consultando ou não os membros mais velhos da família. Estas decisões nos dão o direito de acertar ou errar e sermos os únicos responsáveis por nossas ações.
Portanto o que é a família hoje? Ela continua sendo a nossa referência? Que tipo de família eu tenho e que tipo de família eu quero para os meus filhos e netos? Qual é a melhor família: a antiga ou a moderna?
Coordenador pedagógico do projeto Verde é Vida/Afubra