Na China, o gaúcho abriu o Barraco, que combina café e bar

Porto-alegrense leva caipirinha e astral brasileiro a Shangai


Na China, o gaúcho abriu o Barraco, que combina café e bar

Enquanto era funcionário da Lojas Renner, Ricardo Tavares Galvan fez cinco vezes a viagem entre Porto Alegre e Shangai, na China, entre fim de 2012 e setembro de 2013 para gerenciar a produção de roupas para a varejista de moda em fábricas no país asiático. Das duas, uma: ficaria no Rio Grande do Sul - cansado das 30 horas ou mais em cada trecho de viagem, ou se fixaria na China, que foi o que acabou acontecendo, mas não mais ligado à Renner. Ricardo ficou e resolveu mudar a vida: montou seu próprio negócio.
Enquanto era funcionário da Lojas Renner, Ricardo Tavares Galvan fez cinco vezes a viagem entre Porto Alegre e Shangai, na China, entre fim de 2012 e setembro de 2013 para gerenciar a produção de roupas para a varejista de moda em fábricas no país asiático. Das duas, uma: ficaria no Rio Grande do Sul - cansado das 30 horas ou mais em cada trecho de viagem, ou se fixaria na China, que foi o que acabou acontecendo, mas não mais ligado à Renner. Ricardo ficou e resolveu mudar a vida: montou seu próprio negócio.
Em Shangai, o gaúcho abriu o Barraco, que combina café e bar. Ele chegou a ter um potencial sócio brasileiro na largada, mas acabou tendo de encarar sozinho a empreitada.
Buscou informações sobre como empreender, as regras locais para abrir um negócio em gastronomia e bares, e colocou a ideia em prática. Um dos primeiros desafios foi entender como funciona a cultura local, os hábitos dos clientes e ainda como usar o trunfo de ser um bar brasileiro que serve a famigerada caipirinha.
(veja outros cases de quem empreende pelo mundo aqui)
GeraçãoE - Como a China surgiu em sua vida?
Ricardo Tavares Galvan - Vim para Shangai quando a Lojas Renner, empresa na qual trabalhei por 12 anos, abriu um escritório aqui para gerenciar a produção de peças feitas na Ásia. Durante o processo, fiz a "ponte aérea" Porto Alegre-Shangai cinco vezes, entre fim de 2012 e setembro de 2013. Esse vai e volta já foi uma bela preparação, além de, nos anos anteriores, ter vindo a cada semestre para rodadas de negociações. Já conhecia bem a cidade e sabia o que me esperava.
GE - Como é começar um negócio na China?
Ricardo - O negócio ainda está devagar. O inverno está acabando. Por ser um bar brasileiro, as pessoas têm mais interesse de frequentar nos dias quentes. Temos uma área aberta com cadeiras de praia e nosso carro-chefe é a caipirinha. Trabalham comigo mais quatro pessoas - um barista, um barman, um gerente e um responsável pela limpeza. Ainda estou aprendendo muito sobre o público. Por mais que já morasse aqui há quase cinco anos, nunca havia trabalhado com o público chinês ou com os expatriados residentes na cidade, que tem mais de 25 milhões de habitantes, com uma área 13 vezes maior que a de Porto Alegre. É preciso estar constantemente fazendo um grande esforço para chamar a atenção das pessoas e não se perder no imenso mar de ofertas que a cidade apresenta.
GE - Qual é a sua dica para abrir um negócio na China?
Ricardo - Os aluguéis em Shangai são estratosféricos. Para conseguir chegar no fim do mês, tem de fazer malabarismos. Meu visto de residência está em processo de encaminhamento. É necessário primeiro obter a licença do negócio para, depois, aplicar para as permissões. Não é muito complicado de se abrir.
Ricardo Galván/Divulgação/JC

FICHA TÉCNICA

QUEM: Ricardo Tavares Galvan, 39 anos
ORIGEM: Porto Alegre (RS/Brasil)
DESTINO: Shangai (China)
NEGÓCIO: Barraco (bar)