Com autorização do presidente Michel Temer para negociar "com tudo que pudesse", o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) fez um apelo na noite desta quinta-feira, 24, para que os caminhoneiros acabem com a greve imediatamente. "Venho aqui humildemente dizer que precisamos que todos os caminhoneiros retomem as atividades", disse.
Padilha e outros ministros passaram a tarde com representantes de entidades dos caminhoneiros em busca de um acordo para acabar com a paralisação, que já dura quatro dias e afeta o abastecimento de itens básicos em todo o País.
"Temos expectativa que a partir de hoje (quinta-feira) tenhamos desmobilização dos caminhoneiros. Acreditamos que o movimento começa a ser desativado", declarou Padilha em coletiva de imprensa. Ele defendeu que o diesel "já está mais barato hoje" e ressaltou que agora existe uma previsão de preço para os próximos 30 dias.
O ministro Eduardo Guardia (Fazenda) também disse que, no próximo mês, o preço/referência do diesel ficará congelado em R$ 2,10/litro. Isto será possível porque o governo se comprometeu a bancar a manutenção do desconto de 10% por 15 dias no preço do diesel, anunciado ontem pela Petrobras, por mais 15 dias. A União se comprometeu a compensar a estatal em R$ 350 milhões para estender a redução por um período maior.
O ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo) afirmou ainda que o governo terá "política para que o preço da bomba esteja alinhada à realidade brasileira", fazendo referência ao diesel.
O governo prometeu, no acordo, a buscar oportunidade para autônomos nas operações de cargas da Petrobras, na qualidade de terceirizados das empresas transportadoras da estatal. Não ficou especificado qual seria o número de contratações.
Além disso, será autorizado, por meio de Medida Provisória (MP), que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) possa contratar transporte de cargas sem processo licitatório - para até 30% da sua demanda de frete para cooperativas ou entidades da categoria de autônomos.
O governo também vai pedir a extinção de ações judiciais decorrentes da greve. Além disso, ficou acertado que não haverá reoneração da folha de pagamento para o setor de transporte de cargas.