Com o dólar batendo na casa dos R$ 3,60, viajar para o exterior está cada vez mais distante. A vontade de imergir em uma cultura diferente fica mais difícil. Entretanto, para aqueles que gostariam de vivenciar um pedacinho da Alemanha no Rio Grande do Sul é possível. O destino é Nova Petrópolis, um núcleo germânico localizado a pouco mais de 90 quilômetros de Porto Alegre. Tire da cabeça que a cidade é só mais um ponto de parada para Gramado, Caxias do Sul ou Bento Gonçalves. O Jardim da Serra Gaúcha é muito mais do que o Labirinto Verde na Centro.
Fundada por imigrantes alemães no século XIX, Nova Petrópolis mantém a referência a arquitetura e técnica de construção no estilo enxaimel ou fachwerk, que se faz presente em cada canto. A imersão a manutenção das origens também se encontra no ensino do alemão nas escolas.
Gastronomia valoriza pratos da culinária alemã
O doce de leite é o destaque no Mukli
Tassiana Schmitt/Divulgação/JC
Fartura e bilíngue são as palavras que melhor definem a gastronomia de Nova Petrópolis. A base de porco, salsichas, batatas e muita cerveja, a culinária local, sempre apresentada em alemão, é um convite para quem quer sair de barriga cheia. Eisbein (joelho de porco), schlachtplatte (sasichões), rahmschnitzel (lombo de porco), sauerkraut (chucrute), kassler (carne de porco defumada), schnitzel (bife à milanesa) e o apfelstrudel (folhado de maçã) ganham destaque nos principais restaurantes.
Cada restaurante, por sinal, tem uma característica própria. O Lindenhof, por exemplo, tem o costume de realizar a KerbFest, uma festa típica alemã, com muita música, dança e a possibilidade de participar de jogos, como a serra de duas pontas, pregar o prego e chopp a metro. Já o Unser Haus conta a história do imigrante que se instalou na região. O ambiente é totalmente decorado com documentos antigos e souvenirs da família que administra o local. Já o Colina verde conta com garçonetes vestidas em trajes típicos germânicos.
Mas se engana quem acha que só de comida alemã vive Nova Petrópolis. No centro desta imersão germânica brota um pedacinho do Uruguai. O Mukli é uma casa de alfajores e cafeteria que serve uma grande gama de sobremesas e medialunas, com um toque especial de doce de leite uruguaio.
A cidade ainda faz parta da Rota da Cerveja Artesanal. Nova Petrópolis conta com três cervejarias locais: Edelbrau, Traum e Vitrola.
Principais pontos turísticos
O Parque Ninho das Águias é um convite para quem gosta de voo livre
Tassiana Schmitt/Divulgação/JC
Parque Aldeia do Imigrante – o espaço abriga a aldeia histórica, formada por prédios trazidos de diversas localidades do município. A ideia é fazer os turistas sentirem o clima de Nova Petrópolis entre 1870 e 1910. Espaços como escola, casa do ferreiro, casa do professor, igreja e museu com as características preservadas da época estão distribuídos no coração do parque. Em meio à vegetação, há também um coreto muito bem utilizado pelos grupos típicos que seguidamente se apresentam. O parque também sedia o Festival Sabores da Colônia, que ocorre no município em junho.
Parque Esculturas Pedras do Silêncio – um museu a céu aberto de esculturas em monoblocos de pedra de arenito que contam a imigração alemã na região, desde a saída na Europa a chega em Nova Petrópolis.
Ninho das Águias –O mirante fica a 720 metros de altura e tem vista panorâmica do Vale do Caí e Caxias do Sul. Três rampas possibilitam a prática de voo livre com paraglider.
Festimalha
Festimalha chega ao fim neste domingo
MAURO STOFFEL/DIVULGAÇÃO/JC
A principal feira de Nova Petrópolis valoriza a produção do seu polo industrial têxtil. Em 2018, o Festimalha está em sua 29ª temporada, com expectativa de bater o recorde do ano passado, quando mais de 100 mil pessoas visitaram a feira no Centro de Eventos. Organizada pela Associação Comercial e Industrial de Nova Petrópolis (Acinp), a feira, que iniciou a jornada no dia 26 de abril, se estende até este domingo, dia 3 de junho. O evento é realizado de quintas a domingos e reúne todas as novidades que irão compor os looks na próxima estação. A projeção é que este ano movimente cerca de R$ 27 milhões com a comercialização do vestuário.
Um dos espaços que ganha destaque é o maridódromo. O local é um ponto de parada para maridos que buscam entretenimento e lazer, enquanto as esposas fazem as compras.