A BRF registrou prejuízo líquido de R$ 114 milhões no primeiro trimestre de 2018, informou a companhia nesta quinta-feira, 10. O prejuízo é 60,2% menor do que o registrado em igual período do ano passado, de R$ 286 milhões. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) atingiu R$ 783 milhões no período, um aumento de 54,8% na comparação anual. A margem Ebitda cresceu 3,1 pontos porcentuais, para 9,5%.
A receita líquida da BRF somou R$ 8,203 bilhões, alta de 5% ante o primeiro trimestre de 2017. Segundo a empresa, o desempenho reflete os maiores volumes comercializados no Brasil, na Turquia e na Ásia, embora o preço médio tenha caído levemente no período. A companhia disse que o recuo do preço médio se deve a uma maior contribuição de produtos in natura no mix comercializado.
O resultado financeiro líquido foi negativo em R$ 517 milhões no primeiro trimestre. Em igual período do ano passado, o resultado também ficou negativo, em R$ 413 milhões.
No Brasil, os volumes cresceram 9,6%, impulsionados principalmente pela categoria in natura (+22,5%) e processados (+4,7%). Esse desempenho pode ser atribuído à estratégia de oferecer um portfólio de produtos mais adequado à atual realidade de consumo no país, disse a empresa em comunicado. O volume também refletiu um maior número de clientes, que atingiu 191 mil pontos de venda no primeiro trimestre, um crescimento de 13,5% na comparação anual.
Na divisão Internacional, que consolida as operações de Ásia, Europa, Américas e África, o destaque foram os maiores volumes na China e em Hong Kong. No período, a receita líquida da divisão totalizou R$ 1,08 bilhão, alta 12,9%.
A receita líquida no Cone Sul, divisão que inclui as operações de Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai, aumentou 12,4% ante o primeiro trimestre de 2017, para R$ 592 milhões.
A empresa destacou também a alta dos preços do milho e do farelo de soja no primeiro trimestre, resultado da estratégia do produtor de retardar a comercialização após notícias de menor produção de soja na Argentina. Para o período de junho-agosto, a BRF espera a "normalização do preço do milho", com expectativa de oferta dos estoques com a entrada da segunda safra de milho. "Apesar dos maiores preços de grãos observados ao longo do primeiro trimestre, seu impacto no custo da ração será mais evidente a partir do segundo trimestre, dada a inércia proveniente do ciclo de vida do animal e dos estoques na cadeia."