Será a terceira vez que uma noite, em Porto Alegre, parece dia, tamanha a movimentação de pessoas entre diversos pontos do Centro Histórico e bairros próximos. A Noite dos Museus promete bater recordes - ano passado foram 50 mil pessoas - com muitas atrações musicais, gastronômicas e culturais espalhadas por 12 instituições da cidade. O horário? Das 19h de sábado à 1h de domingo.
"A nossa expectativa é enorme. Saímos de 16 mil pessoas no primeiro ano para 50 mil no segundo. A Noite dos Museus se mostrou uma experiência muito positiva, reunindo amigos, famílias. Se continuar assim, nossa expectativa é de chegar, quem sabe, a 100 mil participantes", explica Rodrigo Nascimento, idealizador do evento.
Neste ano, duas instituições entram na programação: Hipólito José da Costa e o Centro Histórico-Cultural da Santa Casa. Eles se juntam ao Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs); Museu de Arte Contemporânea (MAC-RS); Pinacoteca Ruben Berta; Memorial do Rio Grande do Sul; Instituto Goethe; Museu de Porto Alegre Joaquim Felizardo; Planetário; Museu da Ufrgs; Fundação Iberê Camargo e Museu Júlio de Castilhos.
"Temos o Centro-Sul e o miolo geográfico de Porto Alegre atendidos. No Centro, por exemplo, a partir da Pinacoteca Rubem Berta, em linha reta, é possível visitar, a pé, o Museu Júlio de Castilhos e chegar na Santa Casa", ilustra Nascimento.
Neste ano, como Margs e Memorial estão com obras da Bienal do Mercosul, a função vai ocorrer toda em plena Praça da Alfândega. "Teremos apresentações no local, muitos food trucks, e vamos finalizar o evento com uma grande jam session na praça. A música tem o poder de construir essa narrativa, tão importante para a Noite dos Museus", diz.
Serão 50 apresentações musicais, dentro dos centros culturais e nos entornos. O repertório - assim como o evento - aposta no ecletismo: ritmos que vão desde o erudito da pianista Olinda Alessandrini, passando pelo jazz da Kula Jazz e a sonoridade regional de Neto Fagundes até chegar ao samba de Eduardo Pitta e ao chorinho do Sexteto Gaúcho.
Outra novidade deste ano é a participação de voluntários atuando como monitores - estarão em todos os espaços, para orientar e auxiliar portadores de deficiência e/ou com mobilidade reduzida e idosos, reforçando a acessibilidade ao evento.
O horário foi ampliado - antes finalizada à meia-noite, a Noite dos Museus ganhou uma hora. "Percebemos que muitas pessoas perdem tempo para se deslocar de um ponto ao outro e curtir as atrações. Ano passado, via redes sociais, alguns fizeram concurso de quem alcançava mais locais em menos tempo, por meio de check-ins. É difícil conseguir ir a todos", conta ele.
Nascimento explica que os jovens, antes minoria, começam a ganhar relevância no público que participa da Noite dos Museus. "Nosso principal público é composto por pessoas entre 25 e 34 anos. Depois, vem a faixa dos 35 e 44 anos. Notamos um crescimento entre os jovens até 18 anos e os dessa faixa até 24 anos", ilustra. "Isso demonstra que as pessoas estão se engajando mais cedo nesse propósito, que é o de desfrutar da cidade que é sua".
Nascimento relata que a própria ocupação cultural reduz o medo que as pessoas têm da noite, de insegurança. "Não é com Exército na rua que se consegue isso, é com a população mesmo. Você pode conhecer a cidade à noite com segurança, sem medo, e exigir que o poder público ofereça mais momentos como este", conta Nascimento.
Futuramente, a ideia é incluir no roteiro locais como a Hidráulica do Dmae, no Moinhos de Vento - região já atendida na Noite dos Museus com o Instituto Goethe, por enquanto. Uma opção para quem deixar o carro em casa é aproveitar o passeio via ônibus da Linha Turismo, com saída às 19h, do Museu da Ufrgs, com tarifa de R$ 30,00. No total, serão nove centros culturais visitados, com três ônibus em operação.