Um debate sobre a função da arte em uma sociedade em desacordo abriu a temporada 2018 do Fronteiras do Pensamento, na noite desta segunda-feira (14). Com o Salão de Atos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul lotado, a atriz e escritora Fernanda Torres abriu a sessão de debates, cedendo lugar ao artista plástico Vik Muniz.
Para ambos, a arte se lapida de acordo com a evolução social, com os meios de comunicação cada vez mais diversificados e os papeis de representatividade reduzido a nichos cada vez mais distantes. Assim, a arte perde o controle de corresponder a todos os públicos.
De acordo com Fernanda Torres, a arte deixou de “ser um papel de parede”, ou seja, ela tem que estar inserida em na realidade de todos os grupos, porém “o problema é achar a forma de arte que consiga reunir todos os gêneros e todos os gostos”.
Muniz, enfatizou as artes plásticas em sua fala, dizendo que a arte está entre o “material e o pensamento, e isso se estabelece com o nascimento da fotografia em 1839”. Contudo, para o artista, perde-se o sentido quando as pessoas deixam de viver e sentir para apenas poder retratar aos outros um momento.
Quando questionados sobre a realidade do Brasil, as opiniões novamente se complementaram no sentido que: "nosso país se divide em dois Brasis, um harmonioso e surreal e outro violento e imoral”, afirmou Muniz.
O ciclo de conferências prossegue no dia de 18 de junho, com palestra da escritora franco-marroquina Leila Slimani.