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Oriente Médio

- Publicada em 15 de Abril de 2018 às 21:22

'Missão cumprida' na Síria, diz Trump

Em protesto, manifestantes queimaram a bandeira norte-americana

Em protesto, manifestantes queimaram a bandeira norte-americana


/AHMAD AL-RUBAYE/AFP/JC
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou ontem, no Twitter, que o ataque com mísseis à Síria foi "realizado com precisão". Na mensagem, o republicano rebate críticas sofridas por ele após usar a expressão "missão cumprida" para se referir à ação. Houve protestos em vários países do Oriente Médio para repudiar a ofensiva militar, com manifestantes queimando a bandeira norte-americana.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou ontem, no Twitter, que o ataque com mísseis à Síria foi "realizado com precisão". Na mensagem, o republicano rebate críticas sofridas por ele após usar a expressão "missão cumprida" para se referir à ação. Houve protestos em vários países do Oriente Médio para repudiar a ofensiva militar, com manifestantes queimando a bandeira norte-americana.
Junto com Reino Unido e França, os EUA lançaram mísseis contra áreas da Síria que consideram estratégicas para a fabricação de armas nucleares. O bombardeio, realizado no início de sábado (noite de sexta-feira, no horário de Brasília), foi uma retaliação contra um suposto ataque com armas químicas ocorrido em Douma, cidade no subúrbio de Damasco que era controlada por insurgentes.
"A operação na Síria foi tão perfeitamente executada, com tal precisão, que o único ponto que a imprensa de fake news (notícias falsas) pôde menosprezar foi o uso por mim da expressão 'missão cumprida'', afirmou Trump. "Sabia que eles iriam se concentrar nisso, mas achei que o uso de um termo militar tão bom deveria ser resgatado. Usem muitas vezes!", ironizou o presidente.
A embaixadora da Organização das Nações Unidas (ONU) nos Estados Unidos, Nikki Haley, deixou claro que o país não retirará suas tropas da Síria neste momento. Segundo ela, Washington tem três objetivos para cumprir sua missão: garantir que as armas químicas não sejam usadas de modo que possam prejudicar interesses nacionais dos EUA; derrotar o Estado Islâmico; e que se possa "observar bem o que o Irã tem realizado ali".
Desde a semana passada, Douma está sob o controle do regime sírio. A cidade era o último bastião rebelde na região de Ghouta Oriental e foi alvo de uma grande ofensiva do governo do presidente Bashar al-Assad em fevereiro e março. Também foi palco do suposto ataque com gás venenoso no dia 7 de abril, no qual mais de 40 pessoas teriam morrido.
 

Ofensiva dos países ocidentais foi baseada em mentiras, afirma Assad

O presidente da Síria, Bashar al-Assad, afirmou ontem que os ataques aéreos contra seu país foram acompanhados por uma campanha de "mentiras" no Conselho de Segurança da ONU. Assad falou a um grupo de políticos da Rússia em visita a Damasco, e suas declarações foram veiculadas pela imprensa estatal.
O governo sírio e o Kremlin negam que tenha havido o uso de armas químicas em um ataque no início do mês a Douma, cidade então controlada por rebeldes. O uso desse tipo de arma foi o argumento dado por EUA, Reino Unido e França para realizar o bombardeio. Uma missão internacional da Organização para a Proibição de Armas Químicas já está no país e deve visitar a cidade.
O Conselho de Segurança da ONU vive um impasse sobre como lidar com o conflito sírio, que já dura sete anos, e com o suposto uso de armas químicas. A Rússia é um membro permanente do órgão, com poder de veto, e é também aliada próxima de Assad.