Na contramão do que manifestaram a Conmebol e a Fifa, as ligas nacionais europeias de futebol se mostraram contra a possibilidade de a Copa do Mundo do Catar, em 2022, ser disputada por 48 seleções. O grupo Ligas de Futebol Profissional da Europa (EPFL, na sigla inglês) confirmou a oposição nesta segunda-feira.
"Nós não estamos preparados para nenhuma mudança no calendário para expansão da Copa do Mundo de 2022", declarou Lars-Christer Olsson, CEO da entidade que reúne 32 ligas nacionais europeias.
A Fifa já aprovou em 2017 a expansão da Copa para 48 times a partir de 2026, mas, na semana passada, a Conmebol pediu que a entidade considerasse aumentar o torneio já para a edição no Catar, em 2022. Para os sul-americanos, a expansão representaria ter praticamente todos seus países classificados ao Mundial.
A sugestão foi vista com bons olhos pelo presidente da Fifa, Gianni Infantino, que prometeu levá-la em consideração. "Temos essa petição da Conmebol e de suas associações e me parece muito interessante. Vamos estudar muito a sério. E se for possível... Por que não?", comentou.
Quem não gostou nada desta possibilidade foi a EPFL. Isso porque o aumento de 16 times na competição representaria o acréscimo de 16 jogos na competição e, consequentemente, pelo menos quatro dias a mais de torneio, o que resultaria na perda de datas para as ligas europeias.
Olsson também manifestou a preocupação da EPFL com o desgaste dos jogadores, que, com a ampliação da Copa do Mundo, teriam menos tempo de descanso. "A Fifa parece estar em busca de expansão. Mas é hora das pessoas pensarem nos atletas. Eles precisam de tempo para descansar. Não pode ser apenas o dinheiro decidindo como o futebol deveria ser organizado", considerou.
O presidente da EPFL lembrou ainda que as ligas europeias já cederam aos apelos da Fifa sobre a alteração das datas previstas para a realização da Copa em 2022. Por causa do intenso calor que faz no Catar no meio do ano, esta edição do Mundial será especialmente realizada entre novembro e dezembro, o que obrigou os clubes e as ligas da Europa a se adaptarem.
"Nós já fomos flexíveis ao permitir que a Copa do Mundo seja disputada no inverno (do Catar) e concordamos com as datas", apontou. "Nós não estamos preparados para que a duração da Copa do Mundo seja maior."