O dólar teve comportamento misto ante as principais moedas nesta quarta-feira (18), influenciado pela divulgação do Livro Bege pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) e por discursos de dirigentes da instituição. Por sua vez, a libra teve baixa após números da inflação no Reino Unido e derrota do governo no parlamento em uma lei sobre o Brexit.
No final da tarde em Nova Iorque, o dólar subia para 107,22 ienes, enquanto o euro subia para US$ 1,2377. A libra recuava para US$ 1,4202.
No Livro Bege, sumário de condições econômicas dos Estados Unidos, os distritos do Federal Reserve mostraram que as perspectivas para os salários e para a inflação nos Estados Unidos estão positivas, à medida que empresários esperam preços mais altos do aço e do alumínio, na esteira de tarifas impostas pelo governo de Donald Trump.
Além dessa visão, as falas de dirigente do Fed foram assimiladas pelos operadores de câmbio. William Dudley, de Nova Iorque, disse que uma perspectiva econômica positiva pede por mais altas de juros. Já James Bullard, de St. Louis, avaliou que os mercados não veem muita pressão inflacionária, enquanto Robert Kaplan, de Dallas, afirmou ver necessária mais duas altas de juros neste ano.
Essa visão mista influenciou o comportamento do dólar em relação às principais moedas. Mas fatores de fora dos Estados Unidos acabaram influenciando nas outras divisas.
No Reino Unido, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) do Reino Unido subiu 2,5% em março ante igual mês do ano passado, desacelerando em relação ao ganho anual de 2,7% observado em fevereiro, segundo dados publicados hoje pelo Escritório Nacional de Estatísticas (ONS). O resultado de março ficou abaixo da expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam novo avanço de 2,7%. No começo da tarde, os parlamentares britânicos derrotaram o governo e aprovaram uma lei que estabelece que os ministros tomem medidas para negociar uma nova união aduaneira com o bloco comum.
O euro ganhou fôlego generalizado após o Irã anunciar que usará euros, ao invés de dólares, em seu relatório oficial cambial, não tanto pelo impacto da notícia em si, mas pela avaliação de que outros países poderiam passar a cotar seus produtos em uma moeda que não a americana.
Por sua vez, a lira da Turquia foi fortalecida após o presidente Recep Tayyip Erdogan antecipar a eleição no país, marcada para novembro de 2019, para 24 de junho deste ano. O dólar chegou ao final da tarde em queda de 2,05%, a 4,009 liras turcas.