O petróleo tenta sustentar leves altas na manhã desta terça-feira (3), mas com pouco impulso, ainda diante da cautela com as tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China. O quadro impede uma recuperação mais acentuada, mesmo após a queda forte de ontem.
Às 8h28min (de Brasília), o petróleo WTI para maio subia 0,21%, a US$ 63,14 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para junho tinha alta de 0,18%, a US$ 67,76 o barril, na ICE.
Os preços tocaram a mínima em duas semanas na segunda-feira, com o Brent fechando em queda de 2,45% e o WTI, de 2,97%, após a China impor tarifas à importação de produtos dos EUA. A medida de Pequim foi uma retaliação a tarifas americanas à importação de aço e alumínio. Analistas e operadores temem que essas ações possam gerar uma guerra comercial global, o que pesaria no crescimento e consequentemente prejudicaria a demanda por petróleo e derivados.
"A disputa comercial continua a criar ruído no mercado, gerando pressão de baixa em particular nas commodities cíclicas", como o petróleo, afirmou Norbert Ruecker, diretor de macro e pesquisa em commodities do Julius Baer. Segundo ele, a realização de lucros também pressiona os preços. O Brent chegou a operar acima de US$ 70 o barril antes do feriado da Páscoa, perto da máxima em três anos, apoiado pelo crescente risco geopolítico.
Os preços começaram o segundo trimestre, porém, sob pressão. Além da cautela com o comércio, eles foram prejudicados pela produção de petróleo russa em março e pela confirmação de que a oferta dos EUA superou as expectativas em janeiro, de acordo com analistas da consultoria JBC Energy.
A produção de petróleo da Rússia subiu 20 mil barris ao dia em março, a 10,97 milhões de barris por dia, segundo dados do governo. "É a primeira alta desde dezembro e a produção mais alta em 11 meses, o que leva a produção russa acima do teto combinado" no acordo do país com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), segundo Tamas Varga, analista da corretora PVM Oil Associates.