O Banco Central (BC) está trabalhando para reduzir o custo do crédito no País, afirmou ontem Ilan Goldfajn, presidente da autoridade monetária. Ele destacou que a taxa básica de juros do Brasil, a Selic, está no patamar mais baixo da série histórica, em 6,5%, enquanto a taxa de juros média da economia está em torno de 21,7% ao ano, segundo o Indicador de Custo de Crédito (ICC) de fevereiro. A intenção do BC é de que o custo do crédito desça a níveis comparáveis internacionalmente.
"Temos preocupação que o custo de crédito convirja no Brasil para nível mais parecido com o resto do mundo", afirmou ele, durante o seminário A retomada do crescimento, promovido pelo Centro de Economia Mundial da Fundação Getulio Vargas, no Rio de Janeiro. "Se conseguirmos atacar todos os custos, as taxas de juros vão cair", completou.
O economista argumentou que um dos instrumentos que vão ajudar a redução desses custos é aumentar a competição bancária, e, para isso, o governo pretende "empoderar bancos pequenos e médios".
Ilan lembrou que as famílias pagam mais pelo crédito bancário do que as empresas, com taxas de 27,3% ao ano e 15,5% ao ano, respectivamente. "As concessões de crédito estão começando a subir", garantiu Ilan. "Um fenômeno muito importante do ano passado, que é o mercado de capitais, teve papel de substituir a fonte de financiamento das empresas", citou o executivo, lembrando que as emissões de debêntures e notas promissórias cresceram 90%, embora tenham sido ajudadas pela base de comparação fraca do período de recessão.
Ilan enumerou outras medidas que o Banco Central conduziu no sentido de avançar na agenda da autoridade monetária, como a aprovação da Taxa de Longo Prazo (TLP) para os empréstimos concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes) e a mudança no rotativo do cartão de crédito, que resultou em taxa mais baixa ao consumidor. "Muitos dos avanços que ocorreram foram avanços de décadas."
O novo presidente da Caixa, Nelson Antônio de Souza, afirmou ontem que existe um grande espaço para a expansão do crédito habitacional, uma vez que a carteira total não chega ao equivalente a 10% do Produto Interno Bruto brasileiro. Ele informou que a instituição tem, neste ano, R$ 82 bilhões para financiar imóveis, o mesmo montante do ano passado. Mas, já em 2017, a concessão de crédito precisou ser suplementada e chegou a R$ 86 bilhões.
"O crédito habitacional é o grande gerador de emprego e renda", disse. "Tenho o dever de dar continuidade ao trabalho de Gilberto Occhi e saber que a economia, para ter um desenvolvimento contínuo, tem de gerar emprego e renda."
O presidente Michel Temer encaminhou ao Senado o nome de Carolina de Assis Barros, que foi indicada exercer o cargo de diretora de Administra��o do Banco Central. O nome de Carolina foi escolhido no dia 22 de mar�o para substituir o diretor Maur�cio Moura, que ir� assumir a Diretoria de Relacionamento Institucional e Cidadania do BC, no lugar de Isaac Sidney, que est� deixando o cargo.
A mensagem sobre o encaminhamento do nome da indicada ao Senado est� publicada no Di�rio Oficial da Uni�o ontem. Carolina � servidora de carreira do BC, e seu nome dever� ser apreciado e confirmado pela Comiss�o de Assuntos Econ�micos (CAE) do Senado e tamb�m aprovado pelo plen�rio da casa para que ela possa assumir o cargo.