A Capital completa hoje 246 anos, talvez em um dos momentos mais desafiadores de sua história. Momento desafiador e promissor. Na nossa trajetória recente, não houve melhor oportunidade para rever posturas arcaicas e romper ciclos improdutivos. Estamos em crise? Sem dúvidas. Mas se é do caos que se estabelece a ordem, chegamos ao momento em que é preciso agir concretamente para construir uma nova realidade.
Os problemas de uma cidade não são criados da noite para o dia, tampouco as soluções. E nada melhor do que o aniversário para exercer um olhar otimista e, ao mesmo tempo, lúcido sobre a nossa situação. Recorro a dois símbolos de um novo horizonte que se avizinha para todos nós: a revitalização da orla do Guaíba e o novo Cais Mauá. Não são sonhos; são duas realidades concretas e próximas. Dois projetos que transcenderam gestões, venceram entraves (burocráticos, ideológicos, econômicos) e ultrapassaram a descrença coletiva.
As obras no cais começaram neste mês, a primeira etapa da orla é entregue, agora, aos moradores, e mais inovações estão por vir. Não estou falando apenas de lazer; refiro-me à recuperação de autoestima, de circulação com segurança, de desenvolvimento econômico e de potencial turístico. Ganhos que foram construídos coletivamente, sem méritos exclusivos para gestor "a" ou "b".
É assim, com a consciência de que não se faz nada transformador sem parcerias, que estamos trabalhando por uma Porto Alegre que aprenda com seus erros e que saiba ceder para avançar. Se a prefeitura tem prejuízo nas contas, precisa parar de gastar mais do que arrecada. Se não há orçamento, é fundamental buscar recursos privados para investir em infraestrutura. Problemas antigos só serão transpostos com novas soluções. E precisamos ter a clareza de que o horizonte de Porto Alegre terá a grandiosidade das decisões diárias tomadas por todos nós - gestores, políticos, cidadãos e eleitores.
Vice-prefeito de Porto Alegre (PP)