Depois que Donald Trump decidiu sobretaxar as importações de aço e alumínio, uma nova guerra comercial em escala mundial poderá ser iniciada. Pelo menos, foi o que divulgaram fontes oficiais da União Europeia. Mas, a China, hoje segunda potência econômica global pediu calma, não quer enfrentamento no comércio com os Estados Unidos da América (EUA). Até agora houve muitas palavras sobre protecionismo como revide, mas poucas ações. É claro que o protecionismo é um risco para a América Latina, mas desde 2010 tem havido mais medidas protecionistas nos países desenvolvidos.
As decisões de Donald Trump com novas e pesadas tarifas à importação de aço e de alumínio afetarão demais o Brasil. Agora, o governo americano negocia isenções para certos países, mas não está claro como ficará a questão. Além disso, algumas nações já ameaçaram a retaliar, o que gera o temor de uma guerra comercial global. No entanto, em negociação direta pedindo a exclusão do nosso País do tarifaço e em união com importadores estadunidenses, há chances de sermos retirados da decisão norte-americana. No ano passado, as vendas de aço do Brasil para os EUA totalizaram US$ 2,6 bilhões. Em volume, somos o segundo maior fornecedor do produto para aquele país.
Por isso, segundo analistas de mercado, os países da América Latina que enfrentem uma agenda de reformas estruturais que segue pendente, caso do Brasil. Felizmente, a região passa por um momento de recuperação econômica, com a ajuda também do quadro mundial, com maior crescimento nos Estados Unidos e na Europa. Entretanto, os norte-americanos e europeus caminham para endurecer suas condições financeiras, o que pode afetar as regiões que necessitam de fluxo de capital, como a América Latina. Também a produtividade baixa na região é preocupação. Devemos avançar nesse ponto. Sobre as matérias-primas, ocorreu uma recuperação desde a fraqueza de anos recentes, mas os países latino--americanos não devem esperar que os preços se recuperem para os níveis mais fortes dos anos 2000. As regras adotadas pelos Estados Unidos praticamente tirarão o Brasil como grande fornecedor de aço e alumínio para os (EUA), uma importante fonte de receitas em dólares. Assim, o governo federal tem que encontrar meios diplomáticos e fazer chegar ao presidente Trump a contrariedade de um País que sempre se alinhou com os interesses norte-americanos, para o certo ou o errado.
Ainda exportadores de matérias-primas, não podemos aderir a um enfrentamento comercial. E, em linha com a China, uma guerra comercial prejudicará todos os países, diretamente envolvidos ou não. Precisamos fechar novos acordos comerciais, como o arrastado Mercosul/União Europeia.
Também interagir com a Aliança Transpacífico, aproveitando o recuo diplomático igualmente promovido por Donald Trump para este bloco. Todas estas jogadas do comércio internacional provam, mais uma vez, que entre países não há amizades, mas interesses.
Esta é a lição, mais uma, que podemos tirar das decisões abruptas sobre o aço e o alumínio que tanto exportamos para os Estados Unidos. Agregar valor ao que vendemos no mundo é importante, para não ficarmos dependentes de nossas matérias-primas, cujos preços no mercado mundial variam de acordo com as oscilações dos compradores, não da nossa vontade. Porém, esperamos que Trump nos deixe fora da sua decisão autoritária.