O ano escolar de 2018 foi iniciado. Em 2017, o Brasil teve um desempenho ruim na educação. Levantamento feito pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa, na sigla em inglês) mostrou que, no ano passado, o País regrediu em termos de leitura, ciências e matemática.
O pior é que, ainda segundo a OCDE, o nosso País levará incríveis 260 anos para atingir os níveis de compreensão de leitura iguais aos de países ricos. Para chegar aos índices de resolução de problemas de matemática, a previsão é de 75 anos.
A grande conquista, segundo o mesmo levantamento, foi a maior inserção da criança na escola. E isso, a inserção, deveria ser total, de Norte a Sul, em todos os quadrantes da nação. Fora da educação, no amplo sentido da palavra, doméstica, pela orientação, e curricular com professores motivados e melhor pagos, será difícil acompanharmos a vertiginosa evolução tecnológica do mundo atual. Mais difícil ainda agregarmos valor aos produtos que exportamos, cuja base continua sendo a produção primária, a agropecuária.
A pesquisa incluiu cerca de 600 mil estudantes que, por amostragem, representam 29 milhões de alunos dos países participantes. A avaliação incluiu os 35 países-membros da OCDE, além de economias parceiras, total de 72 países. O Brasil ficou na 63ª posição entre as 70 nações avaliadas. Geralmente fazem a avaliação estudantes entre 15 anos e três meses completos e 16 anos e dois meses completos no início do período de aplicação, que estejam matriculados em instituições educacionais localizadas no país participante e que estejam cursando no mínimo a 7ª série/ano. No Brasil, o último Pisa foi feito em 2015 com 23.141 estudantes, de 841 escolas das 27 unidades federativas. Por isso, nos obrigamos em voltar à velha máxima de que somente através da educação, aplicada desde a mais tenra idade, o Brasil mudará o muito que tem de errado na sociedade.
Disparidades socioeconômicas, falta de inclusão social, mais serviços públicos como saneamento básico em vilas infectas onde vivem mulheres e crianças às margens de córregos fétidos e disseminadores de doenças. Nenhum país no mundo conseguiu alçar voos rumo à modernidade e igualdade social, com parâmetros bons de produção, tecnologia, emprego e baixos índices de violência a não ser através da educação maciça e obrigatória, casos do Japão pós-Segunda Guerra Mundial, e da Coreia do Sul. Por causa do desempenho abaixo do ideal, o País continua ocupando um dos últimos lugares na lista de países.
Junto com Turquia, México, Chile, Portugal, Hungria, Eslováquia, Polônia e Cazaquistão, aparecemos no relatório como um dos países com contextos socioeconômicos mais desafiadores. Entre todos esses países listados, ocupamos o último lugar.
No entanto, o maior problema do Brasil é o baixo nível de proficiência dos alunos nas três áreas do conhecimento avaliadas: 0% atingiram o nível 6, o mais avançado do aprendizado. A maioria ficou entre os piores níveis.
Agora, com a popularização de tablets e jogos, com telefones inteligentes e sem incentivo à leitura, redação, ao aprendizado de aritmética elementar, em breve veremos uma multidão de jovens que não saberão fazer uma redação ou ler bem um texto. Desenharão letras e lerão mal um trecho de Fernando Pessoa. Isso não pode ser aceito como inevitável. É fundamental reorganizar, nos três níveis, União, estados e municípios, a Educação.