Se um aluno da geração Z, conhecido como nativo digital, tem perfil diferente de um estudante da geração Y, como uma escola faz para se manter atenta a estas variações e traduzi-las em sua proposta pedagógica? A receita do Colégio Anchieta, de Porto Alegre, é dupla. Em um primeiro momento, observação constante e disposição para aprender e atualizar-se. O segundo movimento é propor um diálogo construtivo com o aluno, valorizando o papel do estudante como protagonista do processo educacional. "Essas práticas nos ajudam a pensar estes novos momentos pelos quais estamos passando", avalia a professora Isabel Tremarin, coordenadora do Serviço de Orientação Educacional da instituição jesuíta.
Se um aluno da geração Z, conhecido como nativo digital, tem perfil diferente de um estudante da geração Y, como uma escola faz para se manter atenta a estas variações e traduzi-las em sua proposta pedagógica? A receita do Colégio Anchieta, de Porto Alegre, é dupla. Em um primeiro momento, observação constante e disposição para aprender e atualizar-se. O segundo movimento é propor um diálogo construtivo com o aluno, valorizando o papel do estudante como protagonista do processo educacional. "Essas práticas nos ajudam a pensar estes novos momentos pelos quais estamos passando", avalia a professora Isabel Tremarin, coordenadora do Serviço de Orientação Educacional da instituição jesuíta.
Fundado em 1890, o Anchieta busca se apresentar como um centro de aprendizagem, não só para os alunos, mas para os professores e funcionários. A postura permanente e moderna, segundo Isabel, tem como objetivo traduzir em educação e em sala de aula as sutilezas comportamentais das gerações de alunos, à medida que ela passam pelos bancos escolares do colégio. De acordo com ela, os principais traços dos atuais estudantes derivam da vivência em um mundo superconectado. Neste cenário, os alunos demonstram naturalidade para conviver com os avanços tecnológicos, flexibilidade de pensamento, conscientização para as questões ambientais e sociais. "Trabalhamos bastante a questão da conectividade e como a tecnologia serve de apoio ao ensino", explica.
Os cerca de 3 mil anos, da Educação Infantil ao Ensino Médio, encontram em sala de aula uma proposta de relação madura com a tecnologia. Todas as salas possuem conexão com a internet e uma rede wi-fi está disponível. Os alunos são orientados a manter celular e tablets desligados durante as aulas, para não prejudicar as atividades de ensino. Isabel percebe que os estudantes, diferentemente que acontecia há 10 anos, estão chegando cada vez mais cedo com dispositivos eletrônicos à escola, aumentando a responsabilidade de orientação das instituições. Ela não considera que as crianças e os adolescentes de hoje estejam vivendo uma crise de atenção por conta da proliferação da tecnologia. "Há um pouco de exagero, no sentido da generalização. Para alguns alunos, as redes sociais atrapalham, mas não para todos. O que vejo como mais complexo são os jovens que ficam jogando ou dialogando até tarde", pondera.
Isabel cita duas linhas de atuação do Colégio Anchieta para ajudar a desenvolver a relação dos seus estudantes com a tecnologia. Fora do colégio, o trabalho é feito junto à família, sobretudo quanto ao tempo de conexão. Dentro do colégio, a estratégia é preparar o aluno para entender o universo digital, dominar linguagens, inclusive de programação, e desenvolver filtros que garantam o consumo e a pesquisa de informação de qualidade na internet. Até mesmo a tópico das fake news é esclarecido com os alunos. Os professores trazem para dentro da sala de aula a discussão de temas de atualidade, entre eles o das distorções provocada pela disseminação de informações distorcidas e mentirosas na web.
A resposta do Anchieta aos temas contemporâneos vai além da tecnologia. A escola, ao buscar tratar o aluno como protagonista, também oferece uma gama de formações adicionais que o aluno pode acoplar ao seu percurso individual. Ao longo da escolaridade, é estimulado a participar de atividade complementares, não só esportivas, mas empreendedoras e sociais. O aluno escolhe, por exemplo, entre trabalho voluntário, projetos como Junior Achievement - no qual coloca em prática noções de livre iniciativa, negócios e gestão de empresas -, práticas desportivas e religiosas, entre inúmeras outras. "É como se fosse uma segunda escola", explica Isabel.