Depois de dizer que "o tempo pode ser bom ou mau, conforme as circunstâncias", o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Gilberto Porcello Petry, no seu discurso na 20ª edição do Marcas de Quem Decide, lançou uma mobilização dos empreendedores pela responsabilidade que terão nas eleições gerais do País este ano.
"O tempo pode ser ruim para um time de futebol que está perdendo. Pode ser bom para a equipe que está ganhando. O tempo pode ser mau pela fatalidade de levar empreendedores como Raul Randon. Mas o tempo fez muito bem ao Jornal do Comércio, que se renova aos 85 anos de circulação, assim como foi positivo nesses 20 anos da pesquisa Marcas de Quem Decide, e nos 81 anos que a Fiergs completará em agosto de 2018. Agora, é tempo de pensar nas eleições de outubro, que podem mudar o futuro do Brasil", afirmou.
Como presidente da entidade que ficou em primeiro lugar na lembrança e preferência da pesquisa, Gilberto Petry inaugurou o tema eleitoral nos posicionamentos empresariais do Estado. O seu discurso de posse, em julho do ano passado, já havia enfrentado a questão ao abordar o esgotamento da governança política no País:
"Nosso modelo político se esgotou. Nesse processo, instalou-se uma confusão ou no mínimo sobreposição dos Poderes Constituídos. Os julgadores muitas vezes não só julgam como também legislam. Os legisladores muitas vezes são mais sensíveis ao barulho das minorias do que aos argumentos lúcidos da maioria silenciosa. O Executivo tem dificuldades imensas para executar, diante do seu próprio agigantamento e das pressões do corporativismo. Então, precisamos instituir um novo modelo de Governança Política".
Aquele discurso de início de gestão foi dito no Teatro do Sesi, o mesmo palco escolhido este ano para o lançamento da pesquisa Marcas de Quem Decide. A 20ª edição desse certame surpreendeu os participantes pelo show que trouxe para o evento a apresentação do espetáculo Bellepoque, cuja encenação transcende as gerações.
Também repercutiu o discurso do anfitrião, quando o presidente da Fiergs avisou que deixaria um recado muito claro aos futuros candidatos das eleições deste ano, e afirmou: "Além de pensarem na sua viabilidade eleitoral, nas suas coligações e acordos políticos, queremos que elejam, antes de tudo, as empresas privadas e seus empreendedores como prioridades em seus compromissos".
Petry alertou que a prioridade deve se estender a todas as empresas, de todos os portes, não só as que se destacaram na pesquisa deste ano, pois "são os empreendedores e seus empreendimentos que fazem o País avançar". Acrescentou que as eleições gerais deste ano serão as mais importantes da história recente do País, pois estamos atravessando um capítulo tumultuado. E o futuro do Brasil dependerá da soma dos votos de cada um e da lucidez dos eleitos em reconhecer o valor dos empresários.
"São as empresas e seus empreendedores que promovem o desenvolvimento econômico e social. São as empresas e seus empreendedores que garantirão o futuro de prosperidade do nosso País e do nosso Estado que todos almejamos. Pensem nisso e juntem-se a nós para levar essa mensagem aos candidatos", concluiu Petry.
O discurso do presidente da Fiergs, com seu viés político, deu sentido concreto aos versos recitados pelo poeta e empresário Luiz Coronel, que participava do mesmo evento, aniversariando seus 80 anos de idade, quando disse: "O Brasil é de todos nós. Temos que desatar os nós".
CONFIRA O DEPOIMENTO DE GILBERTO PETRY NO EVENTO MARCAS DE QUEM DECIDE 2018:
Petry prevê retomada da economia
"É um orgulho para nós do Sistema Fiergs receber o Marcas de Quem Decide nesta 20ª edição. Afinal, ninguém faz um evento por 20 anos se ele não for muito bom", afirmou industrial Gilberto Porcello Petry, que tomou posse como presidente da Fiergs em julho do ano passado. O Teatro do Sesi foi escolhido para sediar o Marcas 2018 por representar a grandiosidade deste momento único da pesquisa. Durante o evento, Petry falou de suas perspectivas econômicas para 2018, apontando para um maior desenvolvimento da indústria gaúcha. "Este ano parece que a economia, finalmente, irá decolar. As previsões apontam para um crescimento de 3% no PIB, um controle inflacionário e queda nos juros".