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Yara eleva aportes em Rio Grande para R$ 1,5 bilhão
Companhia inaugurou ontem sua primeira fábrica de fertilizantes foliares do Brasil com sede em Sumaré, São Paulo
Após dois anos do anúncio de investimento de cerca de R$ 1 bilhão na ampliação e modernização da unidade de fertilizantes que possui em Rio Grande, a Yara está revendo a estimativa desse montante para cima. O novo cálculo do grupo com aquisição de equipamentos e serviços prevê um aporte de aproximadamente R$ 1,5 bilhão no complexo gaúcho.
O presidente da Yara Brasil e vice-presidente da Yara International, Lair Hanzen, revela que o orçamento reavaliado foi aprovado dentro da empresa há cerca de um mês. O executivo explica que o projeto sofreu alguns contratempos, mas a previsão de concluir o empreendimento mantém-se para 2020. Uma das dificuldades enfrentadas foi a necessidade da Yara ter que investir mais recursos na infraestrutura local de energia. Esse custo não ficaria tão elevado, porque inicialmente seria atenuado pelos aportes de estaleiros dessa região na rede elétrica. Porém, Hazen argumenta que, com as dificuldades enfrentadas pelo polo naval gaúcho, essa indústria acabou não investindo.
Atualmente, cerca de 1,5 mil trabalhadores estão atuando nas obras do complexo da Yara em Rio Grande. A iniciativa contempla, entre outras ações, novas plantas de granulação, linhas de ensaque totalmente automatizadas, armazéns de fertilizantes e matérias-primas, com uma área logística para carregamentos e distribuição. Com as medidas, a fábrica duplicará a capacidade de produção e de mistura de fertilizante alcançando 800 mil toneladas anuais. Em julho, deverá ser entregue a primeira nova unidade de armazenagem de fertilizantes da planta.
As obras em Rio Grande têm como objetivo atender à demanda dos estados da Região Sul, assim como do Mato Grosso do Sul e do Paraguai, nos próximos 25 anos. Paralelamente ao desenvolvimento do empreendimento no Rio Grande do Sul, a Yara inaugurou ontem a primeira fábrica de fertilizantes foliares (insumos especiais, com micronutrientes que aumentam a produtividade da lavoura) no Brasil, com capacidade para produzir até 20,8 milhões de litros ao ano. A cidade escolhida para sediar o investimento de R$ 100 milhões foi Sumaré, no estado de São Paulo. A opção foi feita devido ao fator logístico, com rodovias e ferrovias ligando o local aos principais polos agrícolas, o que facilita o transporte de fertilizantes, e ao porto de Santos, de onde vêm as principais matérias-primas que abastecem a planta. Sumaré também abriga a unidade misturadora mais moderna da Yara no País.
O CEO da Yara International, Svein Tore-Holsether, ressalta que o setor da agricultura brasileira representa um enorme potencial para crescer. Hanzen complementa que, nos últimos anos, o agronegócio vem se destacando no País em relação aos outros segmentos da economia. Somente em 2017, aponta o executivo, o incremento foi de 13%.
"Mais uma vez, a agricultura carrega o Brasil nas costas", afirma Hanzen. Hoje, o País responde por um quarto do faturamento global do grupo. No ano passado, a Yara obteve uma receita de US$ 11,4 bilhões. A empresa tem operações em mais de 60 países e comercializa produtos para mais de 160 nações.
Governo lança programa de modernização da indústria com crédito de R$ 9,1 bilhões
O governo federal aproveitou a realização do Fórum Econômico Mundial em São Paulo para lançar um programa de modernização do parque industrial brasileiro que prevê linhas especiais de crédito que somam R$ 9,1 bilhões e a isenção do imposto de importação de robôs para incentivar a adoção das novas tecnologias de manufatura.
O objetivo é que, até 2020, 18% da indústria nacional já tenha atualizado suas linhas de produção com base nas tecnologias avançadas da chamada Quarta Revolução Industrial, também conhecida como Indústria 4.0.
A maior parte do crédito -
R$ 5 bilhões em três anos - será desembolsada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes), já com juros mais baixos em razão do corte, de 1,7% para 0,9% ao ano, da taxa de remuneração do banco na modalidade. Outros R$ 3 bilhões e R$ 1,1 bilhão sairão de linhas da Finep e do Banco da Amazônia (Basa), respectivamente.
R$ 5 bilhões em três anos - será desembolsada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes), já com juros mais baixos em razão do corte, de 1,7% para 0,9% ao ano, da taxa de remuneração do banco na modalidade. Outros R$ 3 bilhões e R$ 1,1 bilhão sairão de linhas da Finep e do Banco da Amazônia (Basa), respectivamente.
"Não são os bilhões que resolvem, mas sim a acessibilidade, e o Bndes está voltado a ser uma plataforma acessível aos pequenos empresários", comentou o presidente do Bndes, Paulo Rabello de Castro, durante coletiva dada no Fórum Econômico Mundial, realizado na Zona Sul da capital paulista.
Rabello ponderou, porém, que políticas de incentivo setorial não serão suficientes sem medidas de simplificação tributária e de desburocratização da economia. O programa é resultado de um debate liderado pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic) com o setor produtivo nos últimos nove meses.
"Estamos lançando uma política preocupados com a cadeia global de valor. Estamos num novo tempo para a indústria nacional. Temos como estimular, seja com tarifas zero na importação de robôs, seja com financiamento a taxas reduzidas", comentou o ministro interino da Indústria, Marcos Jorge.