Atividade do comércio cresce 2% em fevereiro

Na comparação com o mesmo mês de 2017, avanço apurado foi de 7%, segundo a Serasa

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O movimento dos consumidores nas lojas varejistas de todo País cresceu 2% em fevereiro ante janeiro, já descontadas as influências sazonais, de acordo com o indicador de Atividade do Comércio da Serasa Experian. Frente ao mesmo mês de 2017, o avanço foi de 7%. Já no primeiro bimestre, a atividade subiu 6,5% na comparação com igual período do ano passado.
Os economistas da Serasa Experian afirmam que o aumento da massa real de rendimentos e o impulso proporcionado pela expansão do crédito em função da redução da taxa de juros e da melhora da confiança do consumidor estão estimulando o varejo no início deste ano.
Em fevereiro ante janeiro, a maior expansão foi verificada no segmento de móveis, eletroeletrônicos e informática, com avanço de 5,4%. Outro destaque foi a categoria de material de construção (4,3%). O único setor que apresentou recuo no período foi o de supermercados, hipermercados, alimentos e bebidas, com queda de 0,8%.
No bimestre, o melhor desempenho também foi de móveis, eletroeletrônicos e informática (10%). Em segundo lugar, ficou o segmento de veículos, motos e peças, que registrou alta interanual de 3,7%.
O Indicador Serasa Experian de Atividade do Comércio é construído, exclusivamente, pelo volume de consultas mensais realizadas por estabelecimentos comerciais à base de dados da entidade. As consultas são tratadas estatisticamente pelo método das médias aparadas com corte de 20% nas extremidades superiores e inferiores.
Com as taxas de crescimento tratadas e ponderadas pelo volume de consultas de cada empresa comercial é construída a série do indicador. A amostra é composta de cerca de 6.000 empresas comerciais e o indicador, com início em janeiro de 2000, é segmentado em seis ramos de atividade comercial.

Dia do Consumidor deve registrar alta de 10% nas vendas do e-commerce

Celebrado no dia 14 de março, o Dia do Consumidor virou uma data de promoções no comércio eletrônico e deve gerar um crescimento de vendas de 10% este ano na comparação com o mesmo período de 2017. A previsão da Ebit, empresa especializada em informações do setor, é que o faturamento atinja R$ 223 milhões.
O aumento nas vendas deverá ser impulsionado pela previsão de número de pedidos: a expectativa é que sejam 479 mil ordens de compra este ano, ante 421 mil de 2017. Já o tíquete médio das compras deve cair, saindo de R$ 480,00 no ano passado para R$ 466,00.
Entre as categorias mais desejadas pelo consumidor, segundo o estudo, estão os eletrônicos, com 8% de intenção de compra. Em seguida, aparecem telefonia e celulares e cosméticos, perfumaria e cuidados pessoais.

Indicador mostra dificuldades no crédito parcelado

O Indicador de Uso do Crédito apurado pelo SPC Brasil pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) revela que 22% dos brasileiros tiveram crédito negado no último mês de janeiro ao tentarem parcelar uma compra em estabelecimentos comerciais ou contratar serviços a prazo. A falta de comprovação de renda ou insuficiente de renda (36%) e as restrições ao CPF (31%) em virtude da inadimplência foram as principais razões para a negativa.
De acordo com a sondagem, em cada 10 consumidores, seis (58%) não se utilizaram de nenhuma modalidade de crédito no último mês de janeiro, como cartões, crediário, cheque especial, linhas de financiamentos ou empréstimos. Outros 42% mencionaram ao menos uma modalidade a qual tenham recorrido no período. Em dezembro, período de tradicional aquecimento das vendas no varejo, esse índice era ligeiramente maior e atingiu 46% dos consumidores. Ainda assim, o número observado em janeiro deste ano é o segundo mais elevado desde junho de 2017, quando 44% dos brasileiros haviam se utilizado de ao menos um tipo de crédito naquele mês.
Os cartões de crédito (36%) e o crediário (12%) foram as modalidades mais usadas em janeiro deste ano. O cheque especial foi citado por 7% da amostra e os financiamentos por 6%. Na escala do Indicador de Uso do Crédito que varia de zero a 100, sendo que quanto mais alto, maior a utilização de modalidades de crédito, o resultado observado em janeiro ficou em 28,1 pontos, pouco abaixo dos 31,0 pontos verificados em dezembro último.
Para o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior, o resultado é reflexo ainda da queda nas concessões de crédito ocorrida no período mais agudo da crise. "Com a renda do brasileiro menor, a análise de crédito tornou-se mais criteriosa para evitar a inadimplência e as concessões caíram ao longo do período mais severo da recessão. Somente agora o crédito começa a recuperar-se, mas é prudente que haja controle e critérios sobre a liberação de crédito por parte das instituições e que o consumidor se mantenha cauteloso antes de se endividar", afirma Pellizzaro Junior.
Para 51%, contratar crédito é algo difícil; 48% dos que tomaram empréstimo ou financiamento atrasaram parcela em algum momento. No total, apenas 14% dos consumidores consideram a tomada de crédito como algo fácil nos dias de hoje. Para 51%, trata-se de algo difícil, ao passo que 22% consideram regular. "Crédito fácil e sem burocracia pode parecer algo positivo, mas em muitos casos, a contrapartida dessa agilidade é a cobrança de taxas de juros muito elevadas. O crédito pode ser um aliado do consumidor para aquisição de bens de maior valor, mas se não bem utilizado, pode ser a porta de entrada para o descontrole financeiro" explica a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.