Durante seu primeiro compromisso oficial na visita ao Chile, o Papa Francisco disse que é "justo pedir perdão" e que sente "dor e vergonha" diante do "dano irreparável" causado às crianças vítimas de abusos sexuais. A visita acontece em um momento que a Igreja Católica enfrenta uma crise de popularidade no país, causada principalmente por um escândalo de acobertamento de abusos sexuais cometidos por padres.
Na sede do Executivo, a Casa de la Moneda, onde se reuniu com a presidente do país, Michelle Bachelet, o pontífice pediu que se escutem os desempregados, os povos originais, os imigrantes, os jovens, os idosos e as crianças. E então afirmou: "E aqui não posso deixar de manifestar a dor e a vergonha que sinto diante do dano irreparável causado às crianças por parte dos ministros da Igreja". As palavras do Papa foram recebidas com aplauso pelas cerca de 700 pessoas reunidas no pátio do palácio.
Francisco chegou na segunda-feira ao país, e, durante a madrugada de ontem, pelo menos três igrejas foram atingidas por bombas caseiras. Com esses casos, já são nove igrejas atacadas.
Durante a madrugada, homens jogaram bombas em duas pequenas igrejas na comunidade de Cunco (a 700 quilômetros de Santiago), na região de Araucania. Imagens mostram as igrejas sendo tomadas pelas chamas.
O Papa se desloca hoje de Santiago para Temuco, para um encontro com os índios mapuche, em um dos principais momentos de sua viagem. Amanhã é o último dia de sua visita ao Chile. Depois, ele vai para o Peru.