André Traichel, 41 anos, criou o
Dojoweb, um sistema de gestão de negócios exclusivo para escolas de artes marciais. Compatível com smartphones, tablets e computadores, a plataforma foi lançada oficialmente em abril deste ano, pela Zanchin Software. Para facilitar a administração dos usuários, a plataforma utiliza termos comuns das técnicas orientais.
Aficionado por artes marciais desde os seis anos de idade, o publicitário se formou em Educação Física para se dedicar ao esporte. Hoje, é instrutor de lutas em uma organização sem fins lucrativos, no município de Teutônia. E, a partir da necessidade de organizar o andamento das suas aulas e não ter encontrado nada que atendesse à sua demanda no mercado brasileiro, percebeu que poderia explorar o nicho.
O empreendedor conta que, em todo esse tempo acompanhando artes marciais, nunca viu o mercado de lutas tão em alta. André atribui essa popularização às transmissões de MMA na televisão. "Teutônia é habitada por cerca de 30 mil pessoas e possui seis academias de luta", exemplifica. Uma tendência que se reflete em todo o País - estima-se que existam mais de 24 mil academias no Brasil, segundo estudo do Sebrae.
Há doze anos no ramo de softwares, André garante que softwares para academias são mais comuns e fáceis de encontrar, mas não atendem às especificidades de uma escola de luta. Além disso, os preços para contratação são altos se comparados ao faturamento de uma escola de lutas - geralmente, um aluno rende a uma escola uma média de R$ 70 mensais, aponta ele.
A assinatura do Dojoweb tem planos de R$ 29,90 a R$ 60,00 mensais, valor que André avalia ser baixo pelos benefícios que trazem, como cadastro de turmas, alunos, diários de aula, controle de mensalidades, financeiro completo, indicadores de ocupação. "Tudo o que uma empresa pequena precisa", garante. André afirma que o sistema é ideal para dojos que estejam passando por momentos financeiramente difíceis. Por trabalhar com comparativos de investimento e lucro, a plataforma auxilia no planejamento de ações futuras do negócio.
André aposta no faturamento a partir da quantidade de assinaturas. Desse modo, quando um cliente desiste, o impacto não é pesado. Além disso, facilita na captação de novos clientes. Estratégia que usará para lançar o Dojoweb no maior mercado de lutas mundial, o norte-americano.
A dificuldade do mercado, avalia por experiência própria, é que o nicho ainda é imaturo em termos de gestão. André lembra que seu primeiro negócio faliu nos primeiros seis meses e acredita que, se houvesse uma ferramenta semelhante disponível, seria diferente.
Uma estratégia para gerar interesse e entendimento da importância da ferramenta, foi a disponibilização de materiais com dicas de gestão. "Quanto mais as pessoas ficarem qualificadas e entendidas de gestão, mais vão querer usar o software", analisa.