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Política

- Publicada em 27 de Outubro de 2017 às 15:23

Procuradores da Lava Jato atacam Gilmar e defendem Barroso

'Barroso disse a Gilmar o que precisava ser dito', declarou Deltan Dallagnol

'Barroso disse a Gilmar o que precisava ser dito', declarou Deltan Dallagnol


HEULER ANDREY/AFP/JC
Os procuradores Deltan Dallagnol e Carlos Fernando dos Santos Lima, da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, saíram em defesa do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso na discussão que ele teve com o colega Gilmar Mendes nesta quinta-feira (26). "Barroso disse a Gilmar o que precisava ser dito. A acusação, feita por Gilmar, de que Barroso soltou José Dirceu é absolutamente falsa", afirmou Dallagnol nas redes sociais.
Os procuradores Deltan Dallagnol e Carlos Fernando dos Santos Lima, da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, saíram em defesa do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso na discussão que ele teve com o colega Gilmar Mendes nesta quinta-feira (26). "Barroso disse a Gilmar o que precisava ser dito. A acusação, feita por Gilmar, de que Barroso soltou José Dirceu é absolutamente falsa", afirmou Dallagnol nas redes sociais.
"Barroso aplicou um decreto de indulto da presidente que era inafastável (ele não poderia fazer diferente) e isso em nada interferiu na prisão preventiva decretada em Curitiba", afirmou. "Quem soltou Dirceu foram na verdade (os ministros) Gilmar, (Dias) Toffoli e (Ricardo) Lewandowski, em decisão que revogou a preventiva e que, como apontei na época, fugia completamente do padrão de decisões anteriores desses mesmos ministros."
A decisão de soltar o ex-ministro, preso preventivamente desde agosto de 2015, foi tomada em 2 de maio pela Segunda Turma do tribunal por 3 votos a 2. Os três ministros citados votaram pela libertação, já Edson Fachin e Celso de Mello, contra a medida. Antes da soltura, o ex-ministro José Dirceu, que havia sido condenado no caso do mensalão, teve a pena extinta por Barroso com base em indulto natalino concedido pela ex-presidente Dilma Rousseff.
Na discussão, Gilmar disse que Barroso havia soltado Dirceu. O colega negou e respondeu: "Não transfira para mim esta parceria que Vossa Excelência tem com a leniência em relação à criminalidade do colarinho branco". Deltan repetiu a crítica. "Está correto Barroso em frisar que a lei deve valer para todos e que não comunga com a leniência de Gilmar com réus do colarinho branco."
Carlos Fernando também fez publicações sobre o caso. Segundo ele, "Barroso não passou da linha". "Há momentos em que temos a obrigação da indignação. A passividade daqueles que desejam um novo Brasil tem levado à audácia dos defensores de interesses mesquinhos", disse.
Logo após a segunda turma conceder habeas corpus a Dirceu, Deltan Dallagnol chamou a decisão de "incoerente" nas redes sociais. Ele disse que "chama a atenção" que os mesmos ministros que decidiram pela saída de Dirceu da prisão -Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski- "votaram para manter presas pessoas em situação de menor gravidade, nos últimos seis meses".
O procurador citou três casos: o de um ex-prefeito do Piauí acusado de corrupção "em menor vulto e por menos tempo" que Dirceu, o de um acusado por tráfico preso com "162 gramas de cocaína e 10 gramas de maconha" e o de um réu primário, "encontrado com menos de 150 gramas de cocaína e maconha". Em cada um dos casos, ele citou decisão de um dos ministros. Em seguida, fez uma "conclusão": "Diz-se que o tráfico de drogas gera mortes indiretas. Ora, a corrupção também", disse Dallagnol.
Folhapress
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