Como orquestrar um shopping center
Nail� Santos � gerente-geral do Shopping Iguatemi Porto Alegre h� 5 anos
Nailê Santos é gerente-geral do Shopping Iguatemi Porto Alegre há 5 anos. Há 19 dentro da empresa, sua caminhada começou como gerente de Marketing. Atualmente, ela tem sob sua batuta a responsabilidade pelo trabalho de 330 pessoas, nas áreas de administração, segurança e limpeza. Estas garantem que tudo ocorra bem para os 7,5 mil funcionários das 373 lojas do empreendimento. Ou seja, o centro de compras de 600 mil m² é como uma pequena cidade, onde a prefeita é Nailê. Com a expansão recente, o Iguatemi virou um complexo multiuso, com prédio de 15 andares de escritórios e diferentes serviços agregados, como spa, leilões; e isso tem a ver com uma mudança de hábitos bastante significativa, que a gestora conta a seguir.
GeraçãoE - Qual o principal desafio da gestão de um shopping center hoje?
Nailê Santos - O shopping serve para, cada vez mais, resolver a vida das pessoas, não é mais só para fazer uma comprinha. E tem aquela "pergunta que não quer calar" que as pessoas fazem, que é se os shoppings irão acabar. Realmente, estamos passando por uma grande revolução de hábitos, em que as pessoas querem ter experiências. O que te move a vir ao shopping do que fazer a compra on-line? É poder ter uma experiência diferente, chegar aqui e viver uma coisa que o ambiente on-line não proporciona. Esse é o grande desafio. O cuidado vai desde o paisagismo, por exemplo, em que fazemos mudanças sutis de acordo com a época, o espaço família gratuito para pessoas com criança pequena poderem descansar, trocar fraldas, amamentar. E preconizamos muito a exclusividade.
GE - Como gerir um universo deste tamanho?
Nailê - São oito pessoas que se reportam diretamente a mim, e que comandam seus times nos departamentos Comercial, Marketing, Recursos Humanos, Financeiro, Operações e Manutenção, Segurança e Estacionamento, além de uma advogada e uma gerente de Mídia. Muitas pessoas não têm ideia do que acontece nos bastidores. O shopping é 24 horas, não para nunca. Ele fica aberto ao público das 10h às 22h e, no intervalo deste horário, a portas fechadas, a manutenção ocorre durante toda a madrugada.
GE - Qual a sua maior lição até agora?
Nailê - Nos colocarmos no lugar das pessoas. Empatia é essencial para quem quer liderar. É preciso exigência para buscar excelência, mas sem esquecer que estamos trabalhando com seres humanos. Tentar obter os melhores resultados mantendo um ambiente sadio. O segredo do sucesso é conseguir orquestrar as coisas de forma que as pessoas trabalhem de um jeito contente e feliz.
GE - Que conselho dá sobre a pressão da responsabilidade?
Nailê - Tenho uma rotina de exercícios fixa, faz bem e me ajuda a blindá-la. Outra coisa é que, para a gente ser feliz e liderar pessoas bem, é preciso se conhecer. Fiz terapia por muitos anos, acho que isso minimiza atrapalhações.
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