Supermercados registram R$ 7,11 bilhões em perdas em 2016

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Os supermercados brasileiros tiveram R$ 7,11 bilhões de perda do faturamento bruto em 2016 em razão de furtos, erros ou quebra operacional, de acordo com dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). O resultado representa 2,1% do total faturado pelas redes varejistas no ano passado, um aumento de 0,14 ponto percentual ante igual período do ano anterior.
Para o presidente da Abras, João Sanzovo Neto, a alta foi provocada por um impacto de maior ocorrência de furtos, sobretudo de produtos como bebidas e perfumaria. "A experiência nos mostra que, em períodos mais difíceis da economia, isso ocorre", disse ele.
O total desperdiçado em perdas no setor equivale ao faturamento de uma rede supermercadista de grande porte. Se fossem faturados por uma única empresa, os R$ 7 bilhões perdidos representariam a quinta maior rede de supermercados do Brasil.
O estudo identificou que 40,3% das empresas do setor ainda não possuem uma área de prevenção de perdas. No entanto o número já foi muito maior no passado: era de 72% em 2012. "Temos muito trabalho pela frente ainda no setor em busca de rentabilidade e de crescimento, mas também temos muito trabalho como cidadãos, de trabalharmos para diminuir o desperdício dentro das nossas lojas", comentou Sanzovo.
O executivo ainda destacou a necessidade de redução de desperdício no caminho dos produtos até as lojas, sobretudo no caso de itens perecíveis. Ele avaliou positivamente, no entanto, o fato de que houve redução na comparação anual das perdas com itens como frutas, legumes e verduras, além de carnes.
Para este ano, a entidade acredita que as vendas dos supermercados medidas pela quantidade de produtos comercializados devem ficar perto da estabilidade na comparação com o ano anterior.
A Abras revisou, em julho, sua previsão de crescimento de receita bruta do setor de supermercados para 1,5%, ante uma projeção anterior de 1,3%. A variação considerada está em termos reais.
Dados da Abras e da GfK indicam que têm caído os preços dos itens mais consumidos. O preço da cesta de produtos analisada pela companhia registra queda de 7% em agosto de 2017 em relação ao mesmo mês de 2016, maior recuo já observado desde 2001.
A queda é ainda mais alta em itens básicos de consumo. Somados, os preços de carne de corte traseiro, feijão, arroz e batata tiveram um recuo de 18% nos últimos 12 meses encerrados em agosto, também o maior recuo desde 2001 para estes itens.

Após 'efeito JBS', confiança dos empresários volta a subir

A confiança dos supermercadistas voltou a subir em agosto, após queda em junho em meio a efeitos da crise política gerada pela delação de executivos da JBS. O índice de confiança, medido pela GfK em conjunto com a Abras, chegou a 51,7 pontos numa escala que vai de 0 a 100. Em junho, o índice havia caído para 48 pontos.
Para Marco Aurélio Lima, diretor executivo da GfK, os dados indicam uma tendência de retomada do ânimo dos empresários com a economia. A melhora em agosto sinaliza ainda, segundo ele, a percepção de que o cenário macroeconômico tem evoluído positivamente, de forma descolada da crise política.
A expectativa é de alta gradual na expectativa dos varejistas para os próximos meses. O resultado do índice de confiança de agosto ainda é inferior ao do mesmo mês de 2016, quando atingiu os 56 pontos. Em agosto, 64% dos empresários disseram ter uma expectativa melhor para os próximos seis meses ante 46% que respondiam da mesma forma em junho.