Depois do feriado de quinta-feira (7), e de ter fechado perto da máxima histórica na quarta-feira, o Ibovespa até ensaiou uma nova valorização nesta sexta-feira (8). O indicador abriu com leve sinal positivo e chegou à máxima aos 73.646 pontos (+0,32%) nesta sexta-feira.
A alta, entretanto, durou pouco. Ainda na parte da manhã, o índice brasileiro sucumbiu à influência negativa de commodities e índices acionários no exterior e passou a cair. Assim, o indicador fechou o último pregão da semana em queda e marcando 73.078,85 pontos (-0,45%). Apesar do recuo, o Ibovespa acumula uma valorização de 1,61% na semana. No mês, +3,17%. No ano, tem alta de 21,34%.
Para o gerente da mesa de renda variável da H.Commcor, Ariovaldo dos Santos, o dia foi de realização de lucros. "O movimento de correção nos preços das ações é salutar e natural depois das altas fortes ocasionadas pela sequência de boas notícias como inflação baixa, corte de juros", afirmou Santos.
Por conta do feriado doméstico pelo Dia da Independência do Brasil ontem, muitos agentes do mercado ficaram hoje de fora do pregão, segundo um operador de uma corretora em São Paulo. Essa ausência resultou em um giro financeiro mais baixo que o normal. A sessão terminou com um volume negociado de R$ 8,52 bilhões. Na média diária de setembro, o montante é de R$ 9,35 bilhões.
O petróleo foi uma influência negativa importante hoje. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o WTI para outubro fechou em baixa de 3,28%, a US$ 47,48 por barril. Já na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres, o barril do Brent recuou 1,30%, a US$ 53,78. A commodity refletiu o sentimento de cautela dos investidores com a aproximação do furacão Irma e a lenta recuperação das refinarias do Golfo do México após a passagem do Harvey na semana passada. O furacão Irma, de categoria 4, poderá chegar à Flórida no fim de semana, embora o caminho exato e a força da tempestade ainda possam mudar.
Ainda que não tenha preponderado para a desvalorização do Ibovespa, a prisão hoje do ex-ministro e correligionário de Temer Geddel Vieira Lima (PMDB) aumentou o estado de alerta de analistas e agentes econômicos, segundo Santos, da H.Commcor. "Geddel preso incomoda. Qualquer um que fez ou que faz parte do governo e que venha a ficar acuado pode potencialmente vir a delatar", afirmou o profissional. Geddel foi preso nesta manhã pela Polícia Federal em Salvador.