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- Publicada em 24 de Agosto de 2017 às 22:36

Atriz argentina Soledad Villamil é homenageada em Gramado

Soledad brindou o público que a aplaudia ao ser homenageada com o Kikito de Cristal

Soledad brindou o público que a aplaudia ao ser homenageada com o Kikito de Cristal


Diego Vara/Pressphoto/Divulgação/JC
Caroline da Silva
Há algumas edições, a organização do Festival de Cinema de Gramado flerta com a atriz e cantora Soledad Villamil – protagonista do longa argentino premiado com o Oscar O segredo dos teus olhos (2009), pelo qual ganhou um Goya – para trazê-la à Serra gaúcha. Nesta especial 45ª, o antigo desejo se realizou, pela confluência de agendas.
Há algumas edições, a organização do Festival de Cinema de Gramado flerta com a atriz e cantora Soledad Villamil – protagonista do longa argentino premiado com o Oscar O segredo dos teus olhos (2009), pelo qual ganhou um Goya – para trazê-la à Serra gaúcha. Nesta especial 45ª, o antigo desejo se realizou, pela confluência de agendas.
A sua carreira, iniciada nos anos 1990, inclui participações em 10 filmes, 11 peças de teatro e nove séries televisivas. Participa ainda em dois projetos audiovisuais que estão em pós-produção, incluindo o mais novo longa-metragem do diretor Paulo Nascimento, Teu mundo não cabe nos meus olhos, que tem como cenário São Paulo e deve estrear entre março e abril de 2018.
A artista de 48 anos, nascida em La Plata, recebeu ontem (24) à noite o Kikito de Cristal, prêmio instituído em 2003 no evento para destacar personalidades do cinema brasileiro e latino-americano. Apareceram na tela do Palácio dos Festivais depoimentos dedicados a ela de Nascimento, Leonardo Machado e Edson Celulari, parceiros desta recente filmagem, e também de Ricardo Darín, ator argentino e uma lenda do cinema mundial. Ela ficou muito emocionada, chorou no palco. Ao microfone contou da sua relação com o Brasil, resgatando os tempos difíceis que sua família passou no país hermano, para agradecer a honraria, de forma graciosa.
Soledad também brindou o público que a aplaudia, cantando à capela na ocasião um trecho da canção Se dice de mi, eternizada na voz de Tita Merello, que protagonizou películas antigas. “A tradição de mulheres atrizes e cantoras na Argentina é muito longa.”
Exatamente hoje entra nas plataformas digitais seu novo disco, Ni antes ni después, no qual pela primeira vez ela se aventurou a escrever as canções (11 são dela e uma de Jorge Drexler). “Também é uma forma de contar histórias”, explicou a atriz em coletiva para a imprensa na tarde de ontem, na Cristais de Gramado, onde conheceu como é o confeccionado o troféu que receberia. Ela disse estar muito feliz em receber um prêmio individual neste festival, em que não representa nenhuma produção.
A questionaram sobre o olhar feminino no cinema, tônica deste evento, tema em evidência nos filmes e debates. “Lamentavelmente, o mundo do cinema é muito machista. No planeta, apenas 20% das diretoras são mulheres. Mas isso é relativo para as produções terem olhar feminino, o que é indispensável para qualquer tipo de arte.” A agora cantautora relativizou: “Os filmes são feitos por seres humanos, e há películas ruins e boas, independentemente de cineastas homens ou mulheres. É óbvio que os dois olhares são necessários.”
A atriz contou que seu critério para aceitar papéis é se ela se interessaria pela produção como espectadora: “Além de ser uma história que valha a pena de ser contada, e que eu possa dar algo de interessante a ela”.
Também se posicionou sobre o panorama atual político e cinematográfico. “É muito difícil o momento que vivemos. O nosso cinema é subsidiado e não tem como não ser. O governo dos Estados Unidos também põe muito dinheiro no cinema deles. As coisas estão ameaçadas no Brasil, na Argentina e no mundo!” Comentando o embate entre cinematografia latino-americana e hollywoodiana, destacou a grande dificuldade em realizar longas agora no nosso continente, “mas temos que lutar para não ficar sem ferramentas para produzir”.
Sobre sua inquietude artística, atuando em várias frentes, a argentina brincou: “Sou mais vítima que criação”. Admitiu adorar musicais, relatou que seu filme preferido é Cantando na chuva (1952). Completou ter adorado La La Land – cantando estações (2016) e ainda cantarolou City of stars, música-tema da grande produção norte-americana.
Esbanjando beleza e simpatia na Serra, a artista também poderá ser apreciada neste 45º Festival de Cinema de Gramado em forma de show, será a atração musical da premiação de amanhã á noite. Na participação especial, interpretará quatro canções na cerimônia, desta vez sem ser de forma improvisada, e com acompanhamento. Em sua carreira musical, ela já gravou seis discos, todos dedicados ao folclore e cancioneiro argentino.
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