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Internacional

- Publicada em 30 de Julho de 2017 às 20:53

Tomada por barricadas da oposição, Caracas tem votação com poucas filas

Do alto dos viadutos e pelas avenidas de Caracas que ligam os bairros de classe média e alta (anti-chavistas) com o centro (chavista), o que mais se via neste começo de tarde de domingo (30), dia da votação da Assembleia Constituinte convocada pelo presidente Nicolás Maduro, eram grupos de motociclistas. Pouca gente tirou o carro da garagem, para não correr o risco de ficar preso entre as barricadas levantadas pelos opositores.
Do alto dos viadutos e pelas avenidas de Caracas que ligam os bairros de classe média e alta (anti-chavistas) com o centro (chavista), o que mais se via neste começo de tarde de domingo (30), dia da votação da Assembleia Constituinte convocada pelo presidente Nicolás Maduro, eram grupos de motociclistas. Pouca gente tirou o carro da garagem, para não correr o risco de ficar preso entre as barricadas levantadas pelos opositores.
No meio da pista de um dos viadutos, a reportagem conversou com um manifestante, que ali havia estacionado sua moto e orientava grupos com informações transmitidas por meio de um microfone instalado em seu capacete.
"Estão reprimindo em Las Mercedes, agora a concentração está indo na direção de Bello Monte", informava ele, por meio de um microfone instalado em seu capacete, a um grupo que se encontrava perto desse bairro.
Depois, disse à reportagem, "os coletivos estão rodando em motos individuais para ver onde estão os manifestantes, aí informam a GNB (Guarda Nacional Bolivariana) e eles chegam em grupos mais numerosos. É uma caçada", afirmou.
De fato, enquanto o homem, que não quis se identificar, dizia isso, na pista debaixo do viaduto via-se uma imensa fila de oficiais sobre motos, vestindo o uniforme da GNB e se dirigindo para um dos locais de concentração da marcha opositora.
Enquanto isso, no centro da cidade, governada pelo chavismo, havia mais gente caminhando pelas ruas e ocupando as praças. Muitos iam rumo aos mercados, onde havia filas para comprar comida. Também abundavam as barracas de venda informal de pães, frutas, ovos e arepas (massa à base de farinha de milho, típica do país). Dos centros residenciais populares construídos pelo chavismo se ouvia música, e crianças jogavam e brincavam diante deles. A aparência era a de um domingo normal.
Os postos de votação estavam mais cheios nessa região do que os dos bairros onde a oposição predomina. Em nenhum, porém, a reportagem observou filas muito numerosas. O que, sim, havia em todos eram carros e oficiais da GNB, que impediam a aproximação da imprensa.
Na região central, via-se mais propaganda da eleição, com cartazes dizendo: "a Constituição sim, vai ocorrer", e muitas pessoas com a camiseta com esses mesmos dizeres ou com imagens e broches de Hugo Chávez (1954-2013).
Ao redor do palácio de Miraflores, sede do Executivo, muitos transitavam normalmente a pé, em moto ou carro, mas tinham de desviar das trincheiras e cercas improvisadas de arame farpado que vigiam as vias de entrada do edifício.
Folhapress
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