A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu nesta segunda-feira que seja encaminhada ao Brasil a investigação conduzida por autoridades espanholas contra Ricardo Teixeira, ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). O ex-dirigente é acusado de ser o "principal articulador" de um esquema de desvio de dinheiros de jogos da seleção brasileira.
Conforme o jornal O Estado de S.Paulo revelou em 2013, acordos secretos permitiram que a renda dos jogos da seleção brasileira fosse desviada para uma empresa em nome de Sandro Rosell, aliado de Ricardo Teixeira e ex-presidente do Barcelona. No mês passado, Rosell foi preso e a Justiça espanhola apontou que parte do dinheiro que ia para sua empresa, a Uptrend, terminava com o próprio Teixeira.
A Procuradoria-Geral da República pede a transferência do processo para que Ricardo Teixeira possa ser julgado no Brasil, considerando que ele tem nacionalidade brasileira e não pode ser extraditado.
Em nota divulgada à imprensa, a PGR informa que as investigações espanholas "apuram ocultação de valores ilicitamente obtidos a partir da venda dos direitos audiovisuais das partidas da Seleção Brasileira de futebol realizada pela CBF em favor da International Sports Events (ISE), empresa sediada nas Ilhas Cayman e detentora do direito de organizar os jogos da Seleção Brasileira de futebol".
"Segundo informações divulgadas pela imprensa, Ricardo Teixeira e Alexandre Rosell (também conhecido como Sandro Rosell) valeram-se de empresas de fachada e de contas bancárias, estas mantidas especialmente no Principado de Andorra, para ocultarem os valores obtidos a partir da venda dos direitos de transmissão dos jogos da Seleção Brasileira de futebol, em prejuízo da CBF", disse a PGR.
De acordo com a Procuradoria-Geral da República, a documentação será encaminhada ao Ministério Público Federal no Rio de Janeiro, "que irá analisar o caso e tomar as medidas cabíveis".