Qual o momento de virar uma franquia?
Wagner Lovatto é o criador da empresa Focus Franquias, que trabalha com o desenvolvimento, implementação e gestão de redes de franquias em alto potencial. O assunto lhe é familiar desde a infância.
Quando pequeno, acompanhava o envolvimento do pai, José Lovatto, proprietário da rede de farmácias Drogabel, no mundo dos negócios. Em 2001, eram sete unidades próprias da marca e, ao perceber que o mercado farmacêutico estava indo para a linha do franchising, o patriarca decidiu embarcar no modelo.
Por ter participado de todo esse processo em família, Wagner quis ajudar outros empreendedores a passar pela experiência. Ele chegou a trabalhar com os negócios do pai, até que resolveu seguir a própria carreira, ajudando mais empresários a multiplicarem sua atuação. Então, em dezembro de 2013, a Focus surgiu, em Porto Alegre, com o propósito de formatar, expandir e gerir redes.
GeraçãoE - Que dicas você dá para quem quer transformar seu negócio em uma rede de franquias?
Wagner Lovatto - O primeiro passo é olhar internamente e ver se é o momento adequado. Cada empresa tem um momento diferente, cada uma atinge um nível de maturidade em períodos diferentes. Mas a primeira grande dica que dou é prestar atenção se é o momento adequado em termos de maturação de produto, de gestão e de capacidade de expandir, antes que se dê esse passo efetivamente. Para avaliar isso, há diversas ferramentas que podem ser utilizadas.
GE - Quais as dificuldades comuns para quem aceita o desafio de virar uma franquia?
Wagner - Muitas vezes, as empresas têm uma busca tão intensa pela perfeição que acabam sempre se sentindo despreparadas para replicar seu modelo de gestão por meio de franquias. Então o ponto principal de análise e de validação é justamente saber se têm, por exemplo, capacidade produtiva para entrega e se está num nível qualificado e preparado para esse próximo passo. Realmente, é necessário olhar para si antes de sair para o mercado em busca dessa expansão.
GE - Você falou em momento certo para virar uma franquia. Como identificá-lo?
Wagner - Há empresas que buscam vivenciar uma onda, o que não se concretiza como uma tendência. São empresas que não têm produtos perenes. Essa falta de segurança por um modelo que será sustentável a longo prazo acaba prejudicando tanto a franqueadora quanto os franqueados. Isso mostra que existe, certamente, esse momento. Para algumas empresas, se dá com um ano e meio ou dois anos de operação, para outras se dá com quatro ou cinco anos, tendo mais de uma unidade. É importante saber, também, que o empreendedor nem sempre estará totalmente pronto para dar esse passo, exige aprendizado e melhoria constantes. Como qualquer negócio, o mercado é volátil, muda a cada dia. E a franqueadora tem de estar preparada para isso.
GE - Já que vocês expandem tantos negócios dos outros, quais os planos para a Focus?
Wagner - Estamos abrindo, no segundo semestre do ano que vem, um novo escritório em São Paulo. E, no primeiro semestre de 2019, em Florianópolis.
GE - Na prática, o que vocês fazem efetivamente nas empresas que querem replicar seus modelos?
Wagner - Arrumamos a casa do cliente, expandimos internamente, criamos um modelo replicável e financeiramente sustentável. Depois disso, pode-se fazer essa expansão por franquias. Tem dado bastante resultado, estamos conseguindo gerar retornos para as empresas. Porque a gente fala de gestão, não somente de franquias.
GE - Qual o segmento que mais procura a consultoria?
Wagner - Boa parte dos nossos clientes, algo em torno de 40%, é do segmento de alimentação. Trabalhamos também com indústrias, prestadores de serviços de saúde, estética e serviços gerais.
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