Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Economia

- Publicada em 15 de Junho de 2017 às 21:54

J&F espera arrecadar R$ 8 bilhões com vendas de empresas, diz agência

O grupo J&F, controlado pelos irmãos Wesley e Joesley Batista, planeja vender empresas que somam R$ 8 bilhões no curto prazo. Dois ativos já estão em processo de venda: a Vigor Alimentos e as linhas de transmissão de energia. Além disso, a holding analisa vender a Eldorado, empresa de celulose, a Alpargatas, dona das marcas Havaianas e Osklen, e a Flora, de produtos de limpeza.
O grupo J&F, controlado pelos irmãos Wesley e Joesley Batista, planeja vender empresas que somam R$ 8 bilhões no curto prazo. Dois ativos já estão em processo de venda: a Vigor Alimentos e as linhas de transmissão de energia. Além disso, a holding analisa vender a Eldorado, empresa de celulose, a Alpargatas, dona das marcas Havaianas e Osklen, e a Flora, de produtos de limpeza.
A informação consta de relatório da agência de classificação de risco Standard & Poor's, que atribuiu as notícias sobre a venda de ativos à administração da empresa. Segundo análise da agência, a capacidade de pagar suas dívidas está vinculada à venda de ativos. "Portanto, sua trajetória de rating de curto prazo estará atrelada ao ritmo e à dimensão das futuras vendas de ativos", destaca a S&P em comunicado, que informa que assim que essas vendas ocorrerem, o perfil de crédito da J&F será reavaliado.
Para a agência, as investigações de corrupção na empresa trazem riscos à flexibilidade financeira do grupo e ao seu refinanciamento no mercado. Além disso, a assinatura de um acordo de leniência J&F, com multa no valor de R$ 10,3 bilhões, ampliou a dívida ajustada da empresa, que consiste atualmente de R$ 4,2 bilhões de dívida própria e cerca de R$ 7 bilhões de garantias fornecidas a subsidiárias, principalmente à Eldorado.
"Embora esse acordo atenue as preocupações com relação à continuidade dos negócios do grupo, ele mais do que duplicou a dívida ajustada da J&F", diz a S&P. Para a agência, as investigações de corrupção também destacam a inabilidade do grupo para implementar controles internos e de tolerância ao risco, indicando uma deficiência de governança que pesa sobre seu perfil de risco.
Por isso, a J&F teve seus ratings rebaixados pela agência de classificação de risco. O rating de crédito corporativo passou de B+ para B-, na escala global, e de brBBB para brB-, na escala nacional. "O rebaixamento se baseia na maior alavancagem da J&F quando se compara a multa com a dívida ajustada da empresa, os maiores riscos de refinanciamento e o enfraquecimento da qualidade de crédito de seus principais ativos, os quais estão agora enfrentando riscos de refinanciamento mais altos e repercussões reputacionais, após o escândalo de corrupção", diz análise da S&P.
No início de junho, a JBS, maior processadora de carne do mundo e controlada pela J&F, já havia vendido suas unidades na Argentina, Uruguai e Paraguai, por US$ 300 milhões para o frigorífico Minerva, segundo maior do país. Com esse movimento, a JBS deu início a um movimento de encolhimento que já era esperado pelo mercado.
Em nota, a JBS informou que a venda está "em linha com a estratégia da companhia em focar nos negócios com maior margem de rentabilidade, o que inclui produtos de alto valor agregado e mercados estratégicos" e o valor obtido servirá para reduzir a alavancagem financeira. De acordo com a JBS, nenhum banco intermediou a negociação. "A trajetória da JBS é de diminuição de seu tamanho para não desaparecer totalmente", avalia Rafael Bevilacqua, sócio da Eleven, empresa de análises econômicas e financeiras.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO