Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Geral

- Publicada em 15 de Maio de 2017 às 22:29

"O mundo é cheio de mistérios, é o que me fascina", disse o físico Rovelli na abertura do Fronteiras

Físico italiano Carlo Rovelli abre a temporada 2017 do Fronteiras do Pensamento

Físico italiano Carlo Rovelli abre a temporada 2017 do Fronteiras do Pensamento


Luiz Munhoz/Divulgação/JC
Bárbara Lima
“O que é a ciência?”, é com essa pergunta que o físico italiano Carlo Rovelli iniciou a conferência de abertura do Fronteiras do Pensamento 2017 para uma plateia lotada, no Salão de Atos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, na noite desta segunda-feira (15), em Porto Alegre. O autor do best-seller 7 breves lições sobre a física contou sobre a paixão pelo conhecimento, a beleza misteriosa do universo e explicou a sua teoria de estudo: a gravidade quântica.
“O que é a ciência?”, é com essa pergunta que o físico italiano Carlo Rovelli iniciou a conferência de abertura do Fronteiras do Pensamento 2017 para uma plateia lotada, no Salão de Atos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, na noite desta segunda-feira (15), em Porto Alegre. O autor do best-seller 7 breves lições sobre a física contou sobre a paixão pelo conhecimento, a beleza misteriosa do universo e explicou a sua teoria de estudo: a gravidade quântica.
Para Rovelli, o mundo é compreensível; a física é fácil, o problema está no jeito que se ensina para sociedade. No começo da apresentação ele fez uma retrospectiva dos questionamentos da humanidade, passando por Anaximandro, pensador que há mais de 2 mil anos refletiu e desconstruiu conceitos como “cima e baixo” para, então, chegar à conclusão de que a Terra “voava” no espaço, até físicos mais recentes como Einstein, com a teoria da relatividade, e Werner Heisenberg com a mecânica quântica.
Rovelli, que lançou recentemente o livro A realidade não é o que parece, mostrou que o fazer científico se concentra na mudança da nossa visão de mundo. Para ele, nossa compreensão habitual da realidade pode estar errada, reforçando o mistério do universo. “O mundo é cheio de mistérios, é o que me fascina. A beleza do mundo motiva a ciência, e reconhecer a nossa ignorância nesse assunto nos torna mais cheios de respeito. Temos que dizer que não sabemos de algo, temos que ser honestos, é mais bonito”, refletiu.
Em uma linguagem simples, o italiano utilizou o suéter que vestia para exemplificar o conceito de gravidade quântica. “Minha malha parece lisa, mas tem fios. Eles não constituem minha camiseta, eles são a minha camiseta”, explicou; isso é a gravidade quântica. Em outras palavras, o espaço e tempo, segundo a teoria, são granulares, pequenos e densos, e são, além de tudo, o próprio universo. Para chegar aos estudos de hoje, o físico falou também que é preciso “partir do conhecimento que já se tem”, reconhecendo a genialidade de teorias precedentes e procurando as possíveis falhas. O espaço é dinâmico para teoria da relatividade, ele se dobra, assim como a entidade física é granular para mecânica quântica, logo, a gravidade quântica trabalha entre as duas, onde cada pedacinho do universo tem seu próprio tempo-espaço granular. 
A partir desses conceitos e da pesquisa atual, que busca encontrar provas na cosmologia, o físico discursou sobre a origem do universo: o famoso Big Bang. Para ele, que segue a linha do "Grande Rebote", como é chamado, o universo não começou com uma única grande explosão, mas com o colapso cosmológico de um universo instável pré-existente que produziu outro universo. 
Antes de abrir o debate para perguntas, Rovelli finalizou incentivando a plateia a desacreditar do próprio conhecimento. “Pensamento científico é necessariamente crítico e rebelde”, concluiu. “Estamos longe de ter certeza de algo, o que temos agora é o melhor apenas”, disse.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO