Graduadas autoridades da União Europeia se reuniram com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, pela primeira vez em quase dois anos, tentando reverter um iminente confronto e relançar as relações.
Erdogan, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, e o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, concordaram nesta quinta-feira em recuar nas trocas de acusações, além de fortalecer a cooperação em áreas como a integração econômica e a crise de refugiados, disseram funcionários dos dois lados.
A reunião ocorreu após uma piora das posições dos dois lados. A Turquia ameaçou abandonar os 12 anos de diálogo para se unir ao bloco e cortar sua duradoura parceria com Bruxelas. A UE avaliou forçar Erdogan a tomar uma decisão sobre o tema, além de acusar Ancara de se afastar dos ideais europeus.
Agora, a UE e a Turquia dizem querer deixar de lado as recentes crise diplomáticas e políticas e virar a página, segundo funcionários. Há, porém, dificuldades pela frente.
O governo de Ancara quer isenção de visto para turcos em viagens à UE e as duas partes desejam retomar uma união aduaneira de duas décadas para fortalecer os laços comerciais. Tusk disse que os líderes "discutiram a necessidade de cooperar". Em um sinal dos desafios pela frente, porém, ele acrescentou que as preocupações da UE sobre direitos humanos na Turquia estiveram no centro do diálogo.
Erdogan tem governado via decreto desde uma tentativa de golpe no país, em julho de 2016. O governo afastou mais de 100 mil burocratas, oposicionistas, acadêmicos e jornalistas, quase a metade deles detidos. Em abril, o presidente venceu uma contestada votação popular para expandir seus poderes. Autoridades da UE criticam o estado de emergência e as emendas constitucionais como não democráticas e pedem que o governo turco reverta as medidas extraordinárias para ter chance de entrar no bloco.