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Foi-se o tempo em que migrar para a nuvem era apenas uma forma de reduzir custos. Em meio a tantas novidades tecnológicas rondando as empresas, o foco hoje em dia é se utilizar desta infraestrutura para acelerar a inovação, especialmente no desenvolvimento de projetos de Machine Learning e Internet das Coisas (IoT). Essa vertente, já muito defendida por analistas de mercado, se confirma na percepção dos clientes globais da SAP presentes no Sapphire 2017, em Orlando (EUA).
"A nuvem é fundamental para acelerar esses novos negócios, especialmente pela velocidade de implementação e de atualização. O poder de processamento exigido para um projeto de Inteligência Artificial (AI, na sigla em inglês), por exemplo, é imenso. Seria quase impossível fazer isso dentro de casa, em um ambiente on premise", diz o gerente de tecnologia da Aché, Eduardo Kondo. Cloud é uma realidade na Aché Laboratórios Farmacêuticos há bastante tempo. Agora, a empresa quer implementar soluções de AI para o atendimento de clientes.
Outro tema que parece superado sobre a nuvem é a segurança. O presidente da SAP Latin America e Caribe, Claudio Muruzabal, comenta que, durante muito tempo, as empresas achavam que estariam mais protegidas deixando toda infraestrutura dentro de casa. Isso mudou. "Segurança tem a ver com a possibilidade de se disponibilizar a maior quantidade possível de recursos sofisticados para proteger as companhias. E isso se consegue com economia de escala e constante atualização", diz.
O diretor de pesquisa de estratégica de ERP do Gartner, Denis Torri, comenta que a segurança na nuvem depende de como o ambiente é gerenciado. Ele contesta a visão de alguns gestores que acreditam que o seu data center é mais seguro do que o de um player especializado, como Amazon. "Esses fornecedores investem muito dinheiro e tem milhares de clientes, portanto, precisam se preocupar e cuidar muito da segurança."
A nuvem segue uma estratégia forte da SAP. É bem verdade que a grande vedete do Sapphire 2017, e possivelmente dos próximos anos, é o Leonardo Digital Innovation System. Mas até mesmo essa novidade é sustentada pelo SAP Cloud Plataform. "O mercado está se movendo mais rapidamente para cloud e estamos excitados com isso. Vejo um grande futuro para a SAP", projeta o otimista CEO da SAP, Bill McDermott.
Depois de ter investido € 10 bilhões para comprar companhias como Ariba e SuccessFactors, entre outras, o crescimento da multinacional nesta área agora é orgânico. "A empresa está avançando rápido - cerca de 30% a 35% ao ano. Não é uma superstar com resultados extraordinários como Facebook ou Google, mas a SAP possui margens muito boas", analisa o VP e pesquisador do Gartner Research, Massimo Pezzini.
Em termos de marketshare, outros players estão à frente da SAP em cloud, como Amazon e Microsoft. O analista ressalta que isso não é um problema, pois prover infraestrutura de cloud não é o negócio da companhia alemã. O foco é usar esta tecnologia para atender os seus clientes, ou seja, se um usuário que implantar Hana quiser usar a nuvem da SAP, poderá fazer essa opção.
A América Latina é a região onde a oferta de cloud da SAP mais cresce no mundo. O SAP Labs Latin America, em São Leopoldo, foi apontado por executivos globais da empresa no Sapphire como essencial dentro da estratégia de atender a região.
Player gaúcho Meta se prepara para ofertar o SAP Leonardo
Um dos focos da SAP para fazer o seu novo produto SAP Leonardo acontecer é a preparação da sua rede de parceiros. Cerca de 25 deles participaram do Sapphire, em Orlando (EUA). É o caso da Meta, player gaúcho que hoje é um dos principais parceiros da multinacional no Brasil e que já está pensando em incorporar o Leonardo a sua oferta.
A empresa lançou recentemente o SAP S/4Hana Experience, um ambiente de experimentação para os seus clientes no qual eles podem levar os seus dados para rodar neste ambiente antes de se decidir pela compra. "É tudo muito novo, mas acredito que teremos que ter uma ou duas features do Leonardo conectadas junto do Experience, para tornar essa solução mais materializável com o cliente. Assim seremos os primeiros parceiros a ter o Leonardo no País", prevê o vice-presidente de Operações da Meta, Wesley Lacerda.
A Meta tem quatro unidades de negócios: Serviços Continuados, Software, Consultoria e a de SAP, esta última já representando 50% dos negócios. Só de SAP S/4Hana são seis projetos em implantação no momento. É da empresa o primeiro case global do Hana na área pública, com a Ceitec. O SAP S/4 Hana é a nova geração do pacote de soluções de gestão de negócio da SAP totalmente desenvolvido sobre a plataforma de computação em memória SAP Hana - capaz de analisar uma grande quantidade de dados.
Companhia alemã turbina a parceria com o Google
Diane, responsável pela Google Cloud, diz que novas aplicações surgirão
SAP/SAP/DIVULGAÇÃO/JC
A estratégica de coinovação da SAP e do Google está tomando corpo. No início do ano, empresas anunciaram que passariam a trabalhar juntas para certificar os aplicativos SAP na Google Cloud Platform. Com isso, os clientes da SAP podem executar seus aplicativos de negócios de missão crítica aproveitando a infraestrutura global do Google.
Durante o Sapphire 2017, a responsável pela Google Cloud, Diane Greene, anunciou que a parceria inclui agora a certificação adicional da tecnologia SAP e aplicativos no Google Cloud Platform (GCP). A ideia também é disponibilizar globalmente a Plataforma SAP Cloud no Google Cloud Platform assim como futuras colaborações e integrações na aprendizagem de máquinas, IoT, transparência de dados e serviços de custódia e produtividade no local de trabalho.
"O Google está sempre focado em machine learning e desse aprendizado profundo surgirão novos módulos para aplicações da SAP", acredita. SAP e Google já certificaram a plataforma de tecnologia SAP NetWeaver no GCP, permitindo que as organizações executem o SAP S / 4HANA e o aplicativo SAP Business Warehouse no GCP.