Após a suspensão do calendário da reforma trabalhista, o relator da reforma da Previdência, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), defendeu publicamente que o andamento da proposta de mudança nas regras de aposentadoria também seja paralisado. "Certamente, não há espaço para avançarmos com a Reforma da Previdência no Congresso Nacional nessas circunstâncias", disse Oliveira Maia em nota divulgada há pouco.
O relator destaca que a reforma, para a qual ele trabalhou "com tanta determinação", contribuiu para um cenário de "esperança" no País, um sentimento desfeito de ontem para cá. "A partir das denúncias que surgiram contra o presidente da República, passamos a viver um cenário crítico, de incertezas e forte ameaça da perda das conquistas alcançadas com tanto esforço", afirmou Oliveira Maia.
O deputado defendeu que a hora agora é de arrumar a casa, "esclarecer fatos obscuros" e responder com a verdade às dúvidas levantadas. Oliveira Maia também reforçou a necessidade de punir "quem quer que seja", mostrando que a lei vale para todos. "Só assim é que haveremos de retomar a Reforma da Previdência Social e tantas outras medidas que o Brasil tanto necessita", acrescentou.
O PPS, sigla da qual Oliveira Maia faz parte, é um dos partidos que ameaçam desembarcar do governo do presidente Michel Temer diante da acusação de que o peemedebista teria dado o aval para que o empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS, comprasse o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha nas investigações da Operação Lava Jato. O ministro da Cultura, Roberto Freire, que é do PPS, pretende deixar o cargo.
O governo, por sua vez, tenta aparentar normalidade. Hoje mais cedo, o vice-líder do governo na Câmara, deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), disse que o governo já conta com quase os 308 votos necessários para aprovar a proposta na Casa.