No mesmo dia em que o prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB) declarou que a prefeitura de Porto Alegre tem intenção de aplicar um modelo de concessão na administração do Mercado Público, a Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação (Cuthab) da Câmara Municipal agendou, na sua primeira reunião do ano ontem, uma visita ao tradicional centro comercial para a próxima terça-feira. A possibilidade de transferir a gestão do Mercado da Capital à iniciativa privada vai ser discutida com os permissionários.
O governo municipal ainda estuda que tipo de modelo vai ser aplicado. Segundo o secretário municipal de Parcerias Estratégicas, Bruno Vanuzzi, “estão recém sendo feitos os primeiros estudos de qual formato de concessão seria o mais adequado ao Mercado”.
“Por enquanto, há a vontade do prefeito de qualificar o serviço prestado pelo Mercado, que tem deixado muito a desejar. Por exemplo, o segundo andar do edifício (que está em reforma desde 2013, após um incêndio) ainda não está pronto. É um bom momento para revermos todo o processo”, avaliou Vanuzzi.
O vereador Roberto Robaina (PSOL), que faz parte da Cuthab, não relaciona a demora nos reparos do incêndio à administração do logradouro. “O atraso nas obras do Mercado Público não tem nada a ver com a gestão do local. Se as obras atrasaram é por incompetência do governo municipal e do federal, que financiou parte da obra”, avaliou Robaina.
O parlamentar do PSOL concorda com a posição do presidente da Associação do Comércio do Mercado Público Central, Ivan Konig, de que o centro comercial deveria ser administrado pelos próprios permissionários. Segundo Konig, “a concessão ou privatização aumentariam os custos a ponto de inviabilizar o comércio no local”, por conta da disputa pelos espaços.
Mesmo assim, o representante dos comerciantes do Mercado Público revelou que chegou a tratar da questão com Marchezan: “Liguei para ele quando surgiu esse rumor (da concessão ou privatização). Ele disse que não vai tomar nenhuma decisão sem consultar a associação”.