O dólar operou em leve alta durante quase toda a sessão nesta terça-feira (21). Chegou a virar muito brevemente para o negativo no meio da tarde, mas depois voltou a subir. Operadores comentam que não existiram drivers claros hoje, mas no exterior prevaleceu uma tendência de valorização da divisa norte-americana, em meio a comentários de dirigentes do Federal Reserve e cautela com a Europa.
O dólar à vista no balcão fechou em alta de 0,18%, a R$ 3,0942, depois de ter oscilado entre a mínima de R$ 3,0877 (-0,03%) e a máxima de R$ 3,1085 (+0,64%). O giro registrado na clearing de câmbio da BM&FBovespa foi de US$ 1,627 bilhão. No mercado futuro, o dólar para março fechou em alta de 0,23%, a R$ 3,1000. O volume financeiro somou US$ 13,6 bilhões. No fim da tarde, o dólar avançava ante a maioria das moedas emergentes e de países exportadores de commodities, como o rand sul-africano (+0,73%), a rupia indiana (+0,07%) e o dólar canadense (+0,09%).
Sem grandes notícias hoje, a expectativa do mercado é pela reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) amanhã. Apesar de a probabilidade amplamente majoritária ser de corte de 0,75 ponto porcentual, começam a crescer as apostas de uma surpresa com um afrouxamento mais forte, de 1 ponto porcentual. "Está todo mundo esperando o Copom", comenta Paulo Correa, da MultiMoney Corretora.
Um dos fatores que colaboraram para a volatilidade no câmbio hoje é o vencimento da Ptax. Com o carnaval na próxima semana, a Ptax de fim de mês será decidida nesta sexta-feira (24). Além disso, segue a incógnita sobre o programa de swap cambial. Hoje, o Banco Central rolou mais 6 mil contratos. Se mantido esse ritmo até o final do mês, a autoridade rolaria apenas US$ 2,4 bilhões dos US$ 6,953 bilhões que vencem no dia 1º de março, considerando que não atue no último dia útil do mês.
No exterior, alguns dirigentes do Federal Reserve se manifestaram nesta terça-feira. O presidente da distrital da Filadélfia, Patrick Harker, afirmou que o banco central americano pode elevar as taxas de juros já no próximo mês, embora seja preciso antes aguardar os próximos sinais da economia. "Há ainda mais dados por sair antes da reunião de março", comentou com repórteres após um discurso na Universidade da Pensilvânia. "Eu quero levá-los em conta antes de tomar uma decisão final. Mas neste momento eu não descartaria isso."