Criticando o que classifica como "mitificação" do 13º aluguel, a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) defende que a cobrança, alvo de reclamação de lojistas da Capital, deve ser vista como apenas mais uma cláusula contratual. "Não dá para se analisar a situação de uma maneira genérica, pois é algo que depende de cada contrato", argumenta o diretor de relações institucionais da entidade, Cátilo Cândido. Segundo o executivo, "não há cláusula pétrea" nos contratos, e os empreendimentos não se negam a renegociações.
"O diálogo sempre existiu, é algo inerente ao setor. Nunca nos negamos a conversar", complementa Cândido. O diretor lembra que os contratos entre shoppings e lojas são feitos de maneira individualizada, estruturados, portanto, de maneiras diferentes, conforme ramo e tamanho dos estabelecimentos. "São várias circunstâncias que podem levar a esse tipo de cobrança, é preciso olhar caso a caso", acrescenta Cândido, que cita a existência de outros tipos de acordos, como aluguéis sazonais e por percentuais de faturamento, por exemplo.
Depois de ultrapassar os 6% de vacância em meados do ano passado, os shopping centers brasileiros recuperaram terreno e encerraram 2016 com 4,6% de suas lojas vazias. Cândido vê o índice com bons olhos para um período de instabilidade econômica, pois estaria em conformidade, inclusive, com o registrado em países vizinhos. No ano passado, foram abertos 20 novos shoppings no Brasil, que ajudaram o setor a registrar alta de 4,3% nas vendas - apenas no Sul, o aumento foi ainda maior, de 5,6%.
Para 2017, a expectativa é de um aumento de mais 5% no faturamento em todo o País. Estão previstas as inaugurações de 30 novas unidades durante o ano, quatro delas apenas no Rio Grande do Sul - Praça Alvorada e Praça Nova Santa Maria (ambos em abril), ParkShopping Canoas (setembro) e Passo Fundo Shopping (outubro). "Acreditamos que, no segundo semestre, o avião comece a decolar de novo", projeta Cândido sobre a economia brasileira.