O mercado brasileiro de smartphones registrou queda de 16% em 2016, segundo dados da consultoria Gartner. No total, 43,4 milhões de unidades foram vendidas - em 2015, o número de aparelhos comercializados foi superior a 50 milhões. A explicação para o desempenho ruim está na crise econômica e na desvalorização do real frente ao dólar. Isso fez as fabricantes apostarem em aparelhos mais avançados, com margens de lucro maiores.
Com isso, o segmento de entrada, que concentra os smartphones de preço mais baixo, foi deixado de lado. A demanda dos consumidores brasileiros, no entanto, se concentrou justamente nesses produtos. Houve também a tendência de postergar a troca do aparelho.
O levantamento da Gartner mostra que a sul-coreana Samsung liderou mais uma vez as vendas de smartphones, mantendo sua fatia de mercado em 38,2%, o equivalente a 16,6 milhões de unidades vendidas.
Bem distante da primeira colocada, a chinesa Lenovo ficou com o segundo lugar. Dona da marca Moto (antiga Motorola), bastante popular no Brasil, a Lenovo ampliou seu espaço no setor, passando de uma fatia de 19%, em 2015, para 19,8%, em 2016. A sul-coreana LG ficou na terceira colocação, com participação bem menor que as rivais (10,4%).
'Premium'. A Apple também cresceu: em quinto lugar, a companhia que fabrica o iPhone viu sua participação saltar de 4,5% para 5,6% de um ano para o outro. Dois fatores colaboraram com a empresa. Além ter um público cativo, que sempre troca de celular com a chegada de novos modelos, houve também o lançamento do iPhone SE, versão "mais barata" do iPhone 6S, com tela de 4 polegadas.
A Gartner também mediu o número total de celulares simples vendidos no País - os chamados feature phones. O mercado teve queda de 39%, passando de 5,4 milhões de aparelhos para 3,9 milhões de unidades vendidas.