O dólar terminou esta quarta-feira (15), cotado aos R$ 3,06 no mercado à vista, em sua quarta sessão consecutiva de baixa. A percepção positiva sobre o ambiente doméstico, reforçada hoje pela desaceleração inflacionária e por algum apaziguamento na política, conduziu a queda da divisa norte-americana. A leitura dos participantes de câmbio é de que a pressão de baixa acompanha ainda a entrada de recursos no País, com captações externas e ofertas iniciais de ações (IPO), assim como uma possível rodada adicional da Lei de Repatriação.
No fechamento, o dólar negociado no balcão caiu 1,08%, cotado a R$ 3,0605, menor valor desde 18 de junho de 2015 (R$ 3,0599). A mínima intraday foi registrada num patamar ainda mais baixo, aos R$ 3,0555 (-1,24%). O volume de negócios somou US$ 913,614 milhões. Em quatro sessões, perda acumulada frente ao real chega a 2,12%.
O dólar futuro para março fechou em baixa de 0,99%, aos R$ 3,0650.
No fronte econômico, a inflação medida pelo Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10) subiu 0,14% em fevereiro, desacelerando ante a alta de 0,88% em janeiro, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). O resultado anunciado ficou bem abaixo da mediana das projeções dos analistas do mercado financeiro.
A queda do dólar também contou com a expectativa de entrada de recurso por causa da Lei de Repatriação. No final da tarde, deputados começaram a votar no plenário da Câmara projeto de lei do Senado que reabre novo prazo para adesão ao programa de repatriação de recursos mantidos ilegalmente no exterior. O texto que está sendo votado na Câmara faz algumas alterações em relação à redação aprovada pelos senadores, o que obrigará o projeto a ser analisado novamente pelo Senado, ao qual caberá a palavra final.
Os especialistas apontaram que, embora pequenos, os lote de contratos de swap cambial do Banco Central para rolagem dos vencimentos em março também contribuem para o recuo do dólar. O BC ofertou US$ 300 milhões ou seis mil contratos de swap por dia em leilões nas últimas duas sessões.
Durante o período matutino, o dólar se fortaleceu e subiu pontualmente à máxima de R$ 3,0955 (+0,05%) no balcão. O ajuste decorreu de um movimento de compra puxado por importadores, além de tesourarias, em reação aos indicadores positivos de inflação (CPI), vendas no varejo e índice de atividade, divulgados nos Estados Unidos no fim da manhã. Os números reforçaram a percepção mostrada pela presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, de que a economia local segue ganhando tração, o que abriria caminho para novas elevações de juros.