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- Publicada em 12 de Janeiro de 2017 às 22:29

Demétrio Pretto, vida e obra

Ao lado de Maria - Uma herança italiana (Dublinense, 114 páginas) traz depoimentos autobiográficos do empreendedor Demétrio Pretto à jornalista e escritora Luciana Thomé, retratando muitas décadas de uma vida plena de acontecimentos familiares, profissionais e sociais. O volume contém dezenas de fotos, algumas ilustrações e foi realizado com cuidados editoriais - como, aliás, merece Pretto, pioneiro na indústria gráfica na região do Vale do Taquari.
Ao lado de Maria - Uma herança italiana (Dublinense, 114 páginas) traz depoimentos autobiográficos do empreendedor Demétrio Pretto à jornalista e escritora Luciana Thomé, retratando muitas décadas de uma vida plena de acontecimentos familiares, profissionais e sociais. O volume contém dezenas de fotos, algumas ilustrações e foi realizado com cuidados editoriais - como, aliás, merece Pretto, pioneiro na indústria gráfica na região do Vale do Taquari.
Pretto, descendente de imigrantes italianos, nasceu em Encantado, em 1931, e faleceu em Porto Alegre, em 2016. Casou-se com Maria Pretto, também descendente de italianos, em 1953 e, assim, o casamento permaneceu por mais de seis décadas, até a morte dele. O casal teve três filhas: Marylin, Silvana e Beatriz, netos e bisnetos, e a união foi marcada por grande cumplicidade, humildade, amor e muitas realizações profissionais.
Pretto estudou o ginásio em Lajeado, parte do científico em Porto Alegre e, depois de conhecer a redação e as oficinas do Correio do Povo, decidiu seguir sua vocação de empreendedor no setor gráfico. Em Encantado, onde foi, entre outras coisas, bem-sucedido locutor de rádio, criou e desenvolveu a Gráfica Encantado (Grafen), que funcionou por várias décadas e marcou a atividade gráfica no vale do Alto Taquari.
Pouco antes de falecer, Pretto deixou os depoimentos da obra para Luciana Thomé e lembrou que sempre gostou de livros, que fazia questão de deixar uma mensagem para família e os amigos, que valorizava e agradecia as pessoas, especialmente sua esposa, Maria. Pretto ressaltou os ensinamentos da mãe, que é preciso lidar com os imprevistos, que se deve ser firme, ético, bom e, principalmente, pensar positivamente. Ele lembrava sempre das palavras da mãe: "Não pensa em coisas ruins, guri! Pensa em coisas boas!".
Criativo, Pretto pensava em algum equipamento futuro que gravasse nossos pensamentos e que a gente deve ter sonhos e ideias para ser, sempre, melhorar.
Ele fez questão de deixar, manuscrita, a Oração pela paz da família: "O infinito amor de Deus flui para o meu interior e em mim resplandece a luz espiritual do amor. Esta luz se intensifica, cobre toda a face da minha família e preenche o coração de todos nós com o espírito de amor, paz, saúde, alegria e bem estar. Obrigado meu Deus por todos os benefícios que temos recebido e todos os benefícios que iremos receber".
Os relatos sobre a vida e a obra de Demétrio Pretto vão muito além dos registros pessoais e familiares. São inspiradores e exemplares, num momento em que nós e o País buscamos caminhos e modelos que nos levem a um futuro melhor e mais esperançoso.

lançamentos

  • A graça do dinheiro - As melhores charges da New Yorker sobre economia - 1925-2009 (Zahar, 256 páginas), organizado por Robert Mankoff, tem quase 400 cartuns com empresários mandões, executivos assanhados, fiscais da Receita e acionistas menosprezados. Ninguém escapa das tiradas da revista.
  • O garoto do cachecol vermelho (Verus Editora, 292 páginas), romance de estreia da adolescente Ana Beatriz Brandão, trata do dilema: viver um grande amor ou realizar o sonho de sua vida? Melissa, a garota linda e mimada, deve ser uma grande bailarina ou seguir o garoto misterioso que mudou sua vida?
  • Lobo da Costa - O poeta andarilho - Vida e obra (Partenon Literário Editora, 120 páginas), do pesquisador e escritor Benedito Saldanha, é uma homenagem a um dos maiores poetas brasileiros. Pelotense, romântico, Lobo da Costa faleceu aos 35 anos e deixou versos imortais.

O Centrinho de Atlântida

Sou veranista de Atlântida há uns 43 anos. Sou do tempo que não havia muros, cercas, casas de dois andares e prédios altos. Sou do tempo do Magro Miguel, da Stereomoto e do chubidu, mas não sou saudosista. Acho que águas passadas devem mover alguns moinhos, inclusive o Moinhos de Vento, mas isto é outro papo.
A praça Castro Alves é do povo como o céu é do avião, diz o verso do frevo imortal do Caetano. O Centrinho também é do povo. De todo o povo e do povo da ordem, como mandam as leis. Algumas partes são de propriedade do município de Xangri-lá, ou seja, também do povo. Os problemas com o prédio do centro da praça, administrado pelo município (que foi faxinado há pouco por um grupo de veranistas), e os problemas com limpeza, segurança, som em excesso, crimes, venda de bebidas a menores e outras mazelas colocam em evidência questões que, infelizmente, não são apenas de Atlântida, mas estaduais, federais e, em alguns casos, internacionais.
Questões relacionadas à utilização das verbas do IPTU, do orçamento municipal, das relações dos veranistas com a administração municipal e com os moradores, em época de veraneio, sempre voltam com força e, quase sempre, no início de março, ficam para o ano seguinte, ano seguinte, ano seguinte. Como em outros cantos do planeta, as coisas infelizmente vão se agravando.
Nas redes sociais grupos se formaram, com centenas de pessoas, para buscar soluções, dialogar com a prefeitura, com a Brigada, com os vereadores, comerciantes e etc. para melhorar o Centrinho. Algumas coisas já foram feitas, mas muito há por fazer. Nestas horas, sempre pensamos que um diálogo maior e melhor entre veranistas, moradores, administradores, políticos e outras autoridades públicas (especialmente da área de segurança), é vital, necessário, para ontem. Não dá mais para ficar parado. Se ficar, as ondas nos levam.
É pena a transferência do movimento e vida saudáveis do Centrinho para outras partes do balneário, por causa de problemas de segurança e outros. Melhor recuperar, revitalizar o Centrinho e não botar para perder um patrimônio tão bonito, construído há mais de seis décadas por moradores e veranistas. Mesmo quem está no conforto e na proteção dos condomínios, com certeza, pretende ver o Centrinho limpo, seguro, elegante e saudável.
Ainda nesta semana, na ZH, o jornalista Tulio Milman noticiou a "Ocupação do bem" e a faxina do prédio abandonado da Praça Central de Atlântida por veranistas e a realização de uma passeata neste fim de semana. Existem ideias para utilização do prédio e, novamente, muitos veranistas pensam em transferência de seus títulos eleitorais para Xangri-Lá, para influírem diretamente na política e na administração municipal.
Algumas obras foram feitas pela administração anterior do município, e o prefeito, reeleito, ao que se sabe, dialoga com os veranistas, o que deve ser elogiado e incentivado. Alguns vereadores, especialmente o Dalagnol, que é comerciante do Centro de Atlântida, procura abraçar reivindicações dos veranistas junto à prefeitura e autoridades.

a propósito...

Será que não seria interessante fazer uma consulta pública com os moradores e veranistas de Atlântida para saber o que fazer com o prédio da praça? Há quem fale que vão demoli-lo para aumentar a área da praça. Não sei se é a melhor solução. Acho que todos precisam ser ouvidos. A praça é de todos. A criação de associações de cidadãos está sendo pensada. Já tivemos algumas, e outras ainda existem. Enfim, só com o diálogo, a união e o esforço de todos vamos sair dessa. A administração municipal tem o papel principal nisso tudo. Ela deve ser a protagonista, junto com os outros poderes.