Os jogos, de um modo geral, estão cada dia mais conquistando o gosto das crianças, jovens e adultos. Celulares, videogames e computadores são algumas das ferramentas utilizadas pelos fãs dos games. No entanto, enganam-se aqueles que acreditam que os jogos são apenas para diversão.
Segundo o educador Juan Azevedo, do Crid, o fator mais importante do jogo é provocar, de modo lúdico, a curiosidade e a vontade de aprender do jogador. "Ao ter contato com a área de imunologia durante o jogo, esperamos que o jogador se sinta compelido a buscar mais informação e que desperte o interesse pelo assunto. O caráter de estratégia do game também proporciona ao jogador a possibilidade de aprimorar sua capacidade de planejamento e de tomada rápida de decisão", afirma Azevedo.
No Immuno Rush, como foi batizado, os inimigos percorrem um caminho e para evitar que cheguem ao final do trajeto, o jogador deve construir torres de defesa. O caminho são partes do corpo, como pele, coração, pulmão, por exemplo, que sofrem com o ataque de diversos invasores, ou seja, os inimigos, que são as bactérias e os vírus.
Para evitar que os inimigos percorram o caminho completo, é preciso construir as torres, representadas pelas células de defesa, como linfócitos e macrófagos, que formam o sistema imunológico humano. Conforme o jogador vai passando as fases, os invasores vão ficando mais fortes e diferentes células de defesa vão surgindo, exigindo, assim, que o jogador elabore estratégias cada vez mais complexas para vencê-los.
Para criar o jogo, Azevedo fez parceria com Vicente Vieira, diretor do Manifesto Games, estúdio de produção de jogos digitais. De acordo com Vieira, o desenvolvimento do jogo durou aproximadamente quatro meses e foi iniciado com a elaboração do conceito do projeto.
"Nesta etapa, delineamos o funcionamento do game com o propósito de promover uma experiência divertida e, ao mesmo tempo, fomentar processos de aprendizagem com relação ao tema de imunologia", esclarece. Depois de pronto o conceito, a equipe do estúdio de produção construiu o jogo. "Ele foi amplamente testado e aperfeiçoado com o público-alvo para validar a experiência proposta e testar o potencial de ensino", conta o diretor. (Jornal da USP)