Ao contrário do que ocorreu na legislatura que termina em 31 de dezembro deste ano, na qual as quatro maiores bancadas se revezaram na presidência da Câmara de Porto Alegre, pode ser que um dos partidos com mais vereadores fique de fora do rodízio para o cargo máximo da Casa.
A escolha dos presidentes ocorre por chapas no dia 1 de janeiro, após uma articulação política entre as siglas. Conversas nos bastidores do Legislativo apontam para uma possível candidatura sem uma representação do PT.
A articulação sem um nome petista aconteceria entre os partidos que fizeram parte das coligações de Nelson Marchezan Júnior (PSDB) e Sebastião Melo (PMDB) para a eleição majoritária. São necessários 19 votos para eleger uma chapa. Caso houvesse uma frente entre as legendas que estiveram no segundo turno, 27 vereadores participariam do acordo.
Sofia Cavedon, atual líder da bancada do PT, não acredita que o partido ficaria de fora do rodízio. "Seria um desrespeito se unir em blocos para tirar a esquerda. Acredito que isso não é uma cultura da Câmara", destaca. A vereadora entende que um equilíbrio de campos políticos na presidência garante representatividade e ajuda o Executivo.
Caso o PT não presida a Casa, a disputa pelo posto deve ficar entre alguém do PDT, e Reginaldo Pujol (DEM), que atualmente é líder da base do governo. Para Mauro Zacher (PDT), embora seu partido não esteja entre as maiores bancadas (elegeu três vereadores), é uma sigla de tradição na Casa e pode ocupar o maior cargo.
A posição da bancada do PSOL, que elegeu três vereadores, deve ser de veto a nomes que criminalizam movimentos sociais ou possuem ficha suja.
PMDB, maior bancada, com cinco cadeias, PP e PTB, ambos com quatro cadeiras cada, devem ficar na presidência por um ano. O PMDB ainda não definiu seu nome, mas tem preferência por comandar a Casa em 2017. O PP decidirá entre Mônica Leal e João Carlos Nedel. O PTB está atualmente na presidência da Câmara e, segundo Elizandro Sabino (PTB), deve optar por um nome de consenso dentro do partido.
Desde a redemocratização, em apenas uma legislatura (1993 a 1996) o PT teve uma das maiores bancadas e ficou de fora da presidência da Casa. Naquele mandato, o partido elegeu 10 vereadores.
A eleição em janeiro de 2017, além do presidente do Legislativo, decide também os nomes que ocuparão as demais funções da mesa diretora: primeiro e segundo vice-presidentes; primeiro, segundo e terceiro secretários.
O acordo ainda estabelece os parlamentares que irão ocupar cada comissão da Câmara. Historicamente, por sua importância política, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) é a representação mais disputada.