A presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes), Maria Silvia Bastos Marques, afirmou nesta segunda-feira (17), que medidas "mais efetivas" voltadas para micro, pequenas e médias empresas devem ser anunciadas em dezembro, em um plano com um "pouco mais de fôlego" já para o primeiro semestre de 2017.
"Podemos fazer mais e melhor para as micro, pequenas e médias empresas", afirmou durante o 3º Fórum Nacional CACB Mil, realizado pela Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), Sebrae, Facerj e ACRio.
A executiva informou que foi formado um grupo interno no banco para buscar uma série de medidas de simplificação de acesso ao crédito. Entre as discussões, estão as relativas ao cartão Bndes, que está sendo chamado de Cartão 2.0, com uma plataforma mais aberta e segmentada. Também há conversas sobre spreads desses agentes. "Podemos usar o cartão eventualmente para microcrédito, estamos discutindo isso", afirmou.
Maria Silvia também afirmou o País vive uma situação muito difícil. "Minha sensação é que o País destruiu boa parte do esforço feito nos últimos anos. Retrocedemos pelo menos 10 anos", destacou. Para ela, a reconstrução "não vai ser fácil, não vai ser simples". A presidente do Bndes destacou que o país tem pressa e "o banco pode fazer mais rápido e melhor".
A infraestrutura é um "mandato claro" do Bndes, uma vez que todos os setores precisam dela, afirmou. "É um mandato claro do banco, mas não vamos deixar de lado nenhum outro setor. Estamos buscando como fazer mais, melhor e mais rápido. Estamos muito abertos a sugestões", disse. Apesar disso, ponderou que pleitos para determinados setores são difíceis. "É preciso ter ações horizontais."
Maria Silvia disse ainda que a intenção é induzir uma retomada rápida da economia, mas não é simples. "Temos muitos problemas para administrar, que ficaram (do governo anterior)", disse. Segundo a executiva, entre os problemas estão das concessões de rodovias e aeroportos. "É um contingente de questões a serem endereçadas, ao mesmo tempo estamos tentando andar para frente", disse.
A executiva defendeu que pequenas e médias empresas possam ser parte da cadeia de exportação. A respeito das recuperações judiciais no País, disse que a questão "aflige muito". "Só no primeiro semestre quase mil empresas (pediram recuperação judicial). As micro e pequenas são parte fundamental dessa cadeia produtiva", acrescentou.