O major Luiz Carlos Menna Barreto era bastante conhecido durante os anos de chumbo em Porto Alegre. Ele comandava o centro clandestino de torturas conhecido como Dopinha (localizado na rua Santo Antônio, 600, em Porto Alegre), de acordo com a Comissão Estadual da Verdade (CEV), bem como foi responsável por uma liberação falsa de Manoel Raymundo Soares do Dops, dias antes de sua morte.
Durante o inquérito, o promotor Paulo Tovo chegou à seguinte conclusão, conforme narra Rafael Guimaraens em seu livro: "Já se sabe que a ordem para a liberação do ex-sargento (...) partiu do major Luiz Carlos Menna Barreto e quem o executou foi José Morsh", escreve. "Por muitas vezes se pensou que Soares tivesse sido levado ao Dopinha, que ficava na rua Santo Antônio, para ser torturado", conta Rafael Guimaraens, que acredita na passagem do personagem apenas pelo Dops.
Ainda assim, Guimarães apoia a criação de um centro de memória no antigo centro de torturas, proposta encabeçada pelo Comitê Carlos de Ré (CCR) de Memória, Verdade e Justiça. "Estamos com muitas feridas abertas ainda, familiares que não acharam seus entes, torturadores que estão pelas ruas, temos pessoas desinformadas que tem uma ideia da ditadura como algo que trazia segurança, que não existia conflito. Era o contrário", explica. Guimaraens enfatiza a "política do esquecimento" promovida com a Lei de Anistia. O prédio foi colocado no rol de interesse histórico da cidade pela atual administração.