Mais uma vez, o Rio Grande do Sul registra elevação na sua produção agrícola. Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostram uma elevação de 2,5% no volume, saindo de 31.620,5 milhões de toneladas, contra 32.421,6 milhões de toneladas. Com isso, o Estado passa a representar 17,1% da produção nacional de grãos, estimada em 189,27 milhões de toneladas. No ciclo 2015/2016, a maior alta percentual ocorreu no feijão 1ª safra, que cresceu 48,5%, saindo de um volume de 56,1 mil toneladas para 83,3 mil toneladas. Nas duas safras, a produção de feijão gaúcho somou 122 mil toneladas. Em seguida, aparece o trigo, com elevação de 43,3% no volume, com uma colheita estimada de 2,08 milhões de toneladas, contra 1,46 milhão de toneladas do período anterior.
Entre as principais culturas, a soja cresceu 8,9%, saindo de 14.881,5 mil toneladas para 16.201,4 milhões de toneladas. Já o milho apresentou queda de 4,5% na produção, passando de 6,17 milhões de toneladas para 5,89 milhões de toneladas. O arroz registrou a maior queda percentual, de 15,2%, passando de 8,62 milhões de toneladas para 7,31 milhões de toneladas. A produção brasileira estimada, segundo a Conab, representa uma queda de 8,9%, ou 18,5 milhões de toneladas menor que a anterior, que foi de 207,7 milhões de toneladas. Os números fazem parte do 10º levantamento da safra.
A área plantada no País manteve-se praticamente estável em comparação com o levantamento anterior e deve atingir 58,15 milhões de hectares, ou 0,4% a mais do que em 2014/15 (57,93 milhões de hectares). A cultura da soja, responsável por 57% da área cultivada no Brasil, permanece como principal responsável pelo aumento de área. A estimativa de crescimento é de 3,5%, passando de 32,1 milhões de hectares em 2014/2015 para 33,2 milhões hectares na safra atual. A produção da oleaginosa deve cair 1%, de 96,23 milhões de toneladas para 95,31 milhões de toneladas nesta safra. Outro aumento de área ocorreu com o milho segunda safra. A expectativa é de crescimento de 8% (763,8 mil hectares), totalizando 10,31 milhões de hectares. Para a primeira safra, a exemplo do que ocorreu anteriormente, a área foi reduzida em 11,4%, atingindo 5,44 milhões de hectares. A produção de milho na primeira safra está estimada em 26,09 milhões de toneladas. A segunda safra do cereal está projetada em 43,05 milhões de toneladas (menos 21,1%). Com isso, a safra total de milho em 2015/2016 deve alcançar 69,14 milhões de toneladas (menos 18,3%).
Associação prevê recuo do preço do feijão
O diretor de relações institucionais da Associação das Empresas Cerealistas do Brasil (Acebra), Roberto Queiroga, acredita que o preço do feijão deve cair em agosto, quando inicia a colheita da terceira safra do produto. "O consumidor vai começar a perceber queda do preço com a terceira safra, que vai entrar em agosto. A partir de julho, já terá alguma acomodação em relação a preço. Essa é a expectativa."
Para o representante da Acebra, a importação do produto não trará impacto ao preço, porque o feijão carioca, o mais consumido no País, não é produzido no mercado externo. "Para o feijão preto, não vamos ter grandes problemas no abastecimento. O problema é o feijão carioca. O que vai atuar no preço é a produção no mercado interno da terceira safra que está chegando", acrescentou.
Exportação agrícola aumenta 4% no 1º semestre
As exportações brasileiras do agronegócio somaram US$ 45 bilhões no primeiro semestre deste ano, o que representa um aumento de 4% em relação ao mesmo período de 2015. É o terceiro melhor resultado da série histórica, que começou em 1997. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio (SRI), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Outro destaque é que o setor foi responsável por quase metade (49,9%) de todas as vendas externas brasileiras no período. Além disso, as exportações ultrapassaram as importações em US$ 38,91 bilhões, ou seja, houve superávit na balança comercial. O complexo soja continua liderando as exportações da temporada, com US$ 17,23 bilhões, seguido de carnes (US$ 6,98 bilhões) e produtos florestais (US$ 5 bilhões).
Projeto de lei das florestas plantadas já está na Assembleia Legislativa
Foi encaminhado à Assembleia Legislativa, na tarde desta quinta-feira, o projeto de lei, formulado pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação, em conjunto com a Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, que visa traçar um marco legal para as florestas plantadas. Entregue pelos secretários Ernani Polo e Ana Pellini ao vice-presidente do Legislativo, deputado Adílson Troca, a minuta da proposta já havia sido levada ao governador Sartori para que fosse encaminhada à Casa Civil para a formatação e o envio ao parlamento gaúcho.
Além de instituir o novo marco e criar normas para o setor florestal, o projeto passa a coordenação do planejamento, implantação e avaliação da política agrícola à Secretaria da Agricultura, promovendo assim a integração de setores da economia, visando ao encaminhamento da elaboração de políticas públicas. A elaboração de uma legislação específica era aguardada há cerca de oito anos pelas entidades representativas do setor florestal.
O secretário Ernani Polo reconheceu a demanda que recebeu ainda no ano passado e o grupo de trabalho que foi criado para tratar do assunto. "Sem dúvida, este marco legal vai dar condição de o setor crescer e se desenvolver. Ao longo dos últimos anos, diminuímos a área de florestas plantadas por não termos segurança jurídica para os empreendedores. Essa construção feita por várias mãos dá certeza e garantia para que possamos retomar o crescimento desse setor tão importante social e economicamente pro Rio Grande do Sul", acredita.
Já a secretária Ana Pellini ressalta a importância desse momento para o Estado. "É um setor que existe há 25 anos, o setor das florestas plantadas, e que não era tratado como se deveria. Eu vejo como um marco no setor ambiental.".
Entre as medidas a serem implementadas está a criação do inventário florestal contínuo; o Plano Estadual de Desenvolvimento de Florestas; o Cadastro Ambiental Rural (CAR); o Cadastro Florestal Estadual; convênio e cooperação entre o setor público e privado; Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono; linhas de crédito florestal; extensão florestal; pesquisa e desenvolvimento científico e tecnológico; e o zoneamento agrícola de risco climático. De acordo com o texto do projeto, o Fundo de Desenvolvimento Florestal (Fundeflor) passa a ser vinculado à Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação, e os recursos serão utilizados no desenvolvimento e implantação de programas para o setor, e em ações que possibilitem o equilíbrio entre a oferta e procura de matérias-primas florestais com base na sustentabilidade.