Contagiada pelo otimismo do cenário internacional, a Bovespa operou em alta firme durante toda esta quinta-feira (23), e fechou com ganho de 2,80%, aos 51.559,81 pontos. O avanço foi influenciado principalmente pelas pesquisas de voto apontando para a vitória do "não" à saída do Reino Unido da União Europeia, no plebiscito realizado hoje. Também contribuiu para o bom humor do investidor a notícia da prisão de Paulo Bernardo (PT-PR), ex-ministro dos governos Lula e Dilma, interpretada como fator de fortalecimento do impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff.
Os investidores rapidamente tomaram como certos os resultados das pesquisas britânicas e o temor de efeitos negativos do Brexit arrefeceu expressivamente. As principais bolsas da Europa fecharam em alta, com destaque para a de Londres, que avançou 1,23%. As commodities reagiram com alta e o dólar se enfraqueceu diante da grande maioria das moedas ao redor do mundo. Em Wall Street, todos os índices oscilaram em alta superior a 1%, impulsionando também os mercados acionários emergentes, como o brasileiro.
A alta da bolsa foi generalizada, mas teve nas blue chips seus principais destaques. As ações da Petrobras tiveram altas de 3,43% (PN) e de 3,53% (PN), apoiadas na alta dos preços do petróleo. Vale ON (+4,67%) e Vale PNA (5,10%) subiram acompanhando seus pares internacionais. Além dessas ações, as do setor bancário também tiveram alta superior à média do mercado, assim como aconteceu com papéis de bancos nas bolsas da Europa e Estados Unidos. Nesse grupo, destaque para Itaú Unibanco PN, ação de maior peso do Ibovespa, que subiu 3,88%.
Entre as 59 ações que fazem parte do Ibovespa, somente três fecharam em baixa. Foram elas: Cesp PNB (-0,94%), Raia Drogasil ON (-0,66%) e CPFL ON (-0,05%). Com o resultado de hoje, o Ibovespa passa a contabilizar alta de 6,37% em junho e de 18,94% em 2016. Apesar da aparente euforia na bolsa, o volume de negócios, de R$ 5,56 bilhões, ficou abaixo da média diária de junho (R$ 6,5 bilhões) e mostrou que o investidor da renda variável continua cauteloso.