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Política

- Publicada em 19 de Maio de 2016 às 19:13

Grupos ligados à cultura ocupam sede do Iphan em Porto Alegre

Dezenas de pessoas se instalaram no pátio ao lado do prédio-sede, com faixas e muita música

Dezenas de pessoas se instalaram no pátio ao lado do prédio-sede, com faixas e muita música


MARCO QUINTANA/JC
Patrícia Comunello
Dezenas de pessoas ligadas ao setor da cultura ocuparam no fim da tarde desta quinta-feira (19) o prédio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), na avenida Independência, próximo ao Centro Histórico de Porto Alegre. Os participantes ligados a coletivos e grupos de diversos segmentos de manifestação cultural - teatro, cinema, música, dança, arte e produtores - reagem à extinção do Ministério da Cultura (Minc), uma das medidas de enxugamento de pastas do governo interino de Michel Temer.
Dezenas de pessoas ligadas ao setor da cultura ocuparam no fim da tarde desta quinta-feira (19) o prédio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), na avenida Independência, próximo ao Centro Histórico de Porto Alegre. Os participantes ligados a coletivos e grupos de diversos segmentos de manifestação cultural - teatro, cinema, música, dança, arte e produtores - reagem à extinção do Ministério da Cultura (Minc), uma das medidas de enxugamento de pastas do governo interino de Michel Temer.
"Extinguir o ministério justamente em um País com a diversidade cultural do Brasil é o fim!", reage a artista, jornalista e produtora Dinorah Araújo. Entre lideranças, estavam membros do Terreira da Tribo, Oigalê - Cooperativa de Artistas Teatrais - e Ói Nóis Aqui Traveiz. Os integrantes confirmaram que a ação foi combinada com outras regiões e reforçaram o combate ao que chama de "golpe".
Os organizadores da ação na Capital gaúcha informaram que a ação foi combinada com outras regiões. Com isso, amplia-se a tomada de prédios do Minc, Iphan e Fundação Nacional de Arte (Funarte), que já ocorria em 14 capitais. As ocupações começaram no domingo (15), na sede da Funarte em Belo Horizonte. Nos últimos cinco dias, o movimento se espalhou para o Rio de Janeiro, Brasília, São Paulo, Belém, São Luís, Fortaleza, Natal, Recife, Aracaju, Salvador, Curitiba, Cuiabá e Macapá. Os participantes também defendem a saída de Temer. 
Com muita música e faixas de protesto, os artistas, em sua maioria, buscaram organizar a rotina de ocupação. Eles foram chegando aos grupos e se instalando. Em negociação com o superintendente do Iphan, Eduardo Hahn, a intenção é fazer atividades internas e externas do casarão antigo. "É surpresa, não esperávamos a ocupação", reagiu Hahn. "Mas entendemos, pois é uma causa justa. A luta da Cultura para se preservar autônoma. O ministério com orçamento autônomo teve resultados muito positivos."
Devem ser cedidos alguns espaços aos ocupantes. A preocupação da administração é com as salas onde são arquivados documentos e materiais de procedimentos do instituto. O órgão tem 30 funcionários na Capital, e o funcionamento e o expediente é durante o dia. 
Integrante de um dos grupos mais populares da Capital, o Ói Nóis Aqui Traveiz, Paulo Flores afirmou que foi um desaforo o novo governo acabar com o Minc. "O custo era de 0,11% do orçamento. Isso é perseguição à liberdade de expressão", protestou Flores. No prédio, os ocupantes fizeram reuniões para definir a rotina e como será o acesso ao local. No portão, haverá rodízio dos artistas para fazer o papel de seguranças.  
Parte dos manifestantes partiram após as 18h para a Esquina Democrática, onde um ato contra o governo interino estava acontecendo. 
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