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Grupos ligados à cultura ocupam sede do Iphan em Porto Alegre
Dezenas de pessoas se instalaram no pátio ao lado do prédio-sede, com faixas e muita música
MARCO QUINTANA/JC
Patrícia Comunello
Dezenas de pessoas ligadas ao setor da cultura ocuparam no fim da tarde desta quinta-feira (19) o prédio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), na avenida Independência, próximo ao Centro Histórico de Porto Alegre. Os participantes ligados a coletivos e grupos de diversos segmentos de manifestação cultural - teatro, cinema, música, dança, arte e produtores - reagem à extinção do Ministério da Cultura (Minc), uma das medidas de enxugamento de pastas do governo interino de Michel Temer.
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Dezenas de pessoas ligadas ao setor da cultura ocuparam no fim da tarde desta quinta-feira (19) o prédio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), na avenida Independência, próximo ao Centro Histórico de Porto Alegre. Os participantes ligados a coletivos e grupos de diversos segmentos de manifestação cultural - teatro, cinema, música, dança, arte e produtores - reagem à extinção do Ministério da Cultura (Minc), uma das medidas de enxugamento de pastas do governo interino de Michel Temer.
"Extinguir o ministério justamente em um País com a diversidade cultural do Brasil é o fim!", reage a artista, jornalista e produtora Dinorah Araújo. Entre lideranças, estavam membros do Terreira da Tribo, Oigalê - Cooperativa de Artistas Teatrais - e Ói Nóis Aqui Traveiz. Os integrantes confirmaram que a ação foi combinada com outras regiões e reforçaram o combate ao que chama de "golpe".
Os organizadores da ação na Capital gaúcha informaram que a ação foi combinada com outras regiões. Com isso, amplia-se a tomada de prédios do Minc, Iphan e Fundação Nacional de Arte (Funarte), que já ocorria em 14 capitais. As ocupações começaram no domingo (15), na sede da Funarte em Belo Horizonte. Nos últimos cinco dias, o movimento se espalhou para o Rio de Janeiro, Brasília, São Paulo, Belém, São Luís, Fortaleza, Natal, Recife, Aracaju, Salvador, Curitiba, Cuiabá e Macapá. Os participantes também defendem a saída de Temer.
Com muita música e faixas de protesto, os artistas, em sua maioria, buscaram organizar a rotina de ocupação. Eles foram chegando aos grupos e se instalando. Em negociação com o superintendente do Iphan, Eduardo Hahn, a intenção é fazer atividades internas e externas do casarão antigo. "É surpresa, não esperávamos a ocupação", reagiu Hahn. "Mas entendemos, pois é uma causa justa. A luta da Cultura para se preservar autônoma. O ministério com orçamento autônomo teve resultados muito positivos."
Devem ser cedidos alguns espaços aos ocupantes. A preocupação da administração é com as salas onde são arquivados documentos e materiais de procedimentos do instituto. O órgão tem 30 funcionários na Capital, e o funcionamento e o expediente é durante o dia.
Integrante de um dos grupos mais populares da Capital, o Ói Nóis Aqui Traveiz, Paulo Flores afirmou que foi um desaforo o novo governo acabar com o Minc. "O custo era de 0,11% do orçamento. Isso é perseguição à liberdade de expressão", protestou Flores. No prédio, os ocupantes fizeram reuniões para definir a rotina e como será o acesso ao local. No portão, haverá rodízio dos artistas para fazer o papel de seguranças.
Parte dos manifestantes partiram após as 18h para a Esquina Democrática, onde um ato contra o governo interino estava acontecendo.